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Sucessão na GM

30 de março de 2009

Mudança na chefia da GM foi bem recebida por funcionários e revendedores da subsidiária da GM na Alemanha. Para muitos, o presidente demissionário Rick Wagoner era o símbolo de uma administração fracassada.

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Henderson, ao centro, com o ministro alemão da Economia, Karl-Theodor zu Guttenberg (d), e WagonerFoto: AP

Funcionários e revendedores da Opel, subsidiária da General Motors na Alemanha, receberam de forma positiva a notícia da saída de Rick Wagoner da presidência da empresa, que passa a ser dirigida por Fritz Henderson, presidente da GM Europa de junho de 2004 a dezembro de 2005.

"Faz muito tempo que nos conhecemos. Henderson é uma pessoa com a qual se pode conversar e que se pode convencer com argumentos", disse o representante do conselho geral de empresa da Opel, Klaus Franz.

A fatia de mercado da marca havia diminuído para 10% na Alemanha e as montadoras apresentavam capacidade ociosa quando, em 2004, Henderson impôs um rígido plano de saneamento que consistiu na demissão de quase 12 mil funcionários nas subsidiárias Opel, Saab e Vauxhall. O trabalho do executivo de 50 anos caracteriza-se por uma preparação minuciosa e por decisões rápidas, segundo fontes internas.

Nas últimas semanas, Henderson acompanhou ativamente o processo de salvamento da Opel, tendo ido diversas vezes à Europa para negociar, entre outros, com a Comissão Europeia. Para revendedores, Henderson conhece melhor o mercado automobilístico europeu que os líderes da GM em Detroit. "Consideramos Fritz Henderson um homem capaz", disse o porta-voz das revendedoras Opel, Paul Ebbinghaus. "Ele entendeu a Europa."

Também o sindicato dos metalúrgicos IG Metall vê de forma positiva a mudança na chefia da GM. A favor de Henderson conta não só o fato de conhecer a Europa, mas também sua simpatia pela marca Opel, disse um representante regional à agência de notícias AP.

Já o especialista no setor automotivo Ferdinand Dudenhöffer vê novas chances para a montadora, mas permanece cético: "Mais erros que os cometidos sob a administração de Wagoner não dá para cometer".

São de sua responsabilidade a fracassada aliança com a Fiat, a aposta em utilitários esportivos de grande porte e o declínio da marca Saab. Segundo Dudenhöffer, a demissão de Wagoner poderá servir de reinício para a GM. Ao mesmo tempo, ele questiona se Henderson é o homem ideal para liderar o conglomerado, pois, segundo ele, conhece mais os números que os produtos.

Muitos especialistas acreditam que Henderson seja apenas uma solução transitória. Na opinião de Christoph Stürmer, da empresa de consultoria Global Insight, Henderson não é um bom conhecedor de carros, mas um grande perito em finanças. E por isso o homem certo: "O problema da Opel é o dinheiro, não os veículos". Com ele, torna-se ainda mais fácil a separação da Opel da GM, acredita.

RW/RR/ap/dpa