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Rússia barra proposta dos EUA para investigar ataque químico

10 de abril de 2018

País exerce seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU contra resolução americana sobre a Síria. Proposta rival russa não consegue mínimo de votos.

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USA Sitzung des UN-Sicherheitsrats in New York
Propostas rivais dos EUA e da Rússia não foram aprovadas no Conselho de Segurança da ONU. Foto: Reuters/B. McDermid

A Rússia vetou nesta terça-feira (10/04), no Conselho de Segurança da ONU, uma proposta dos Estados Unidos para estabelecer um novo inquérito e atribuição de responsabilidades pelo uso de armas químicas na Síria.

A resolução americana, que também condenava o suposto ataque em Duma, que ocorreu no último fim de semana, recebeu o apoio de 12 países, a abstenção da China e os votos contrários de Rússia e Bolívia.

O veto russo foi criticado pelos EUA. "A história vai registrar que neste dia a Rússia escolheu proteger um monstro em vez das vidas do povo sírio", disse a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley.

Além de usar seu poder de veto, a Rússia propôs uma resolução própria, que também previa a criação de um mecanismo de investigação. Essa proposta foi criticada pelos EUA e seus aliados, que consideraram que a configuração da comissão de inquérito dos russos não deixava margem para que os membros trabalhassem com independência.

Os Estados Unidos tinham exigido nesta segunda-feira uma resposta do Conselho de Segurança ao ataque na Síria. Os americanos responsabilizam Damasco pelo episódio.

O presidente americano, Donald Trump, prometeu responder "contundentemente" ao ataque e disse que tomará uma decisão nas próximas horas sobre possíveis represálias, incluindo ações militares.

A Rússia, por sua parte, acusou hoje os EUA de quererem utilizar o veto da sua resolução como um "pretexto" para atacar o governo sírio. "Para que necessitam do mecanismo quando já assinalaram o culpado?", questionou o embaixador russo na ONU, Vasyl Nebenzia, momentos antes da votação.

A resolução americana vetada pela Rússia buscava estabelecer um novo grupo de especialistas independentes capazes de apontar os responsáveis pelos ataques químicos registrados na Síria.

Um inquérito desse tipo, conhecido pela sigla inglesa de JIM (Joint Investigative Mechanism ou Mecanismo Investigativo Conjunto), existiu até novembro passado, quando a Rússia vetou sua continuidade. Moscou havia tomado a decisão do veto depois que o JIM indicou o regime de Damasco como responsável por vários ataques químicos.

O veto desta terça-feira marcou a 12° vez que a Rússia atuou no Conselho de Segurança para barrar ações que poderiam prejudicar o regime sírio, aliado de Moscou.

Mais tarde, a resolução russa que propôs a criação de outro tipo de inquérito falhou em conseguir os votos suficientes no Conselho. A proposta russa obteve o apoio de apenas quatro países, entre eles a China, distante do mínimo de nove necessários.

JPS/efe/afp

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