Protesto em Roma atraiu mais de um milhão de pessoas
23 de março de 2002Mais de nove mil ônibus e 60 trens especiais trouxeram a Roma neste sábado (23) os filiados do maior sindicato italiano, o CGIL. A manifestação em massa superou em público a de protesto à reforma nas aposentadorias, de 1994. No mesmo ano, uma série de manifestações levou à queda do governo, sucedido pelo de Sílvio Berlusconi.
A manifestação deste sábado na capital italiana dirigiu-se em primeiro plano contra o projeto do governo de diminuir a proteção às demissões. O primeiro-ministro Berlusconi pretende com ele flexibilizar o mercado de trabalho.
As negociações entre governo e sindicatos foram interrompidas há uma semana. O chefe do governo italiano rejeitou as concessões exigidas pelos representantes dos trabalhadores e apelou para que os sindicatos retornassem à mesa de negociações.
Medo do terrorismo
– Os manifestantes protestaram também contra a violência e o terror. O assessor do governo italiano Marco Biagi, de 51 anos, foi abatido a tiros na porta de sua casa em Bolonha, na noite da última terça-feira (20).Perto do local do crime, foram descobertas, numa parede, duas estrelas de cinco pontas, o símbolo do grupo de extrema-esquerda Brigadas Vermelhas, responsável por vários atentados nos anos 70 e 80, entre eles o seqüestro e morte do ex-primeiro-ministro democrata-cristão Aldo Moro, em 1978.