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Propaganda para melhorar a imagem dos EUA

Hans-Peter Riese / av17 de dezembro de 2002

O Departamento da Defesa dos EUA considera iniciar missões de propaganda, para influenciar opinião pública e políticos dos países aliados, inclusive na Alemanha, segundo "New York Times".

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Secretário de Defesa Rumsfeld e o presidente George W. BushFoto: AP

O governo Bush e, sobretudo, o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, estão frustrados. Embora se considerem o front da guerra contra o terrorismo internacional, cresce a tendência antiamericana, mesmo em países amigos como Alemanha, Coréia do Sul e Japão. Em fevereiro, o Pentágono já tentara estabelecer um Office of Strategic Influence, cuja tarefa seria fazer propaganda a favor dos Estados Unidos e de suas forças militares, recorrendo até mesmo a informações manipuladas.

Entretanto, após críticas públicas, Rumsfeld teve que abandonar seus planos. Agora, seus assessores apresentaram uma nova sugestão. Através de "operações camufladas", pretendem por um lado melhorar a imagem dos EUA nas nações aliadas, por outro minar a influência de mesquitas e escolas de Alcorão que propagam formas de islamismo agressivo e antiamericano.

O New York Times revelou que o projeto dos oficiais da propaganda menciona explicitamente a Alemanha – onde os terroristas do 11 de setembro planejaram parte de seus atentados. Também a Coréia do Sul deverá receber atenção especial, já que a política de Washington perdeu muito de sua credibilidade naquele país. Outra tática seria financiar secretamente mesquitas e escolas muçulmanas favoráveis aos Estados Unidos, ganhando assim influência sobre seus currículos. Segundo o Times, os defensores do plano apontam para as possibilidades técnicas de que dispõem as Forças Armadas – incluindo estações de comunicações, satélite e rádio – e que poderiam ser empregadas na propaganda.

Seus adversários, parte dos quais dentro do próprio Pentágono, argumentam que nenhuma atividade de propaganda realizada por militares jamais teve sucesso. E os Estados aliados, a exemplo dos membros da OTAN, não iriam tolerar uma operação separada das Forças Armadas norte-americanas, que equivaleria a uma ingerência maciça em suas questões internas.

O New York Times acrescenta que Rumsfeld ainda não se decidiu e que dentro do governo as opiniões continuam divididas. Entretanto, segundo as pesquisas de opinião mais recentes, todos os políticos de Washington estão de acordo num ponto: a imagem dos EUA precisa urgentemente ser polida, sobretudo nos países amigos.