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Procurador de Nova York renuncia após escândalo sexual

8 de maio de 2018

Crítico de uma série de políticas do presidente Donald Trump, Eric Schneiderman é acusado por quatro mulheres de agressões e abusos durante relações íntimas.

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Eric Schneiderman, um ex-senador estadual eleito para a procuradoria-geral em 2010,.planejava concorrer à reeleição
Eric Schneiderman, um ex-senador estadual eleito para a procuradoria-geral em 2010,.planejava concorrer à reeleiçãoFoto: Getty Images/D. Angerer

O procurador-geral do estado de Nova York, Eric Schneiderman, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (07/05), após se tornar alvo de denúncias de supostas agressões físicas e abusos sexuais cometidos contra quatro mulheres com quem mantinha relações íntimas.

Schneiderman, de 63 anos, ocupava lugar de destaque no movimento contra os abusos sexuais surgido no ano passado nos Estados Unidos e prometeu utilizar seu cargo para punir práticas de abuso de poder. Membro do Partido Democrata, ele adotava uma postura crítica ao presidente dos EUA, Donald Trump, e se contrapunha a algumas de suas políticas anti-imigração.

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Em comunicado, Schneiderman reconheceu que as denúncias contra ele, divulgadas pela revista The New Yorker, poderiam afetar o exercício de suas funções. Ele, porém, disse que "questiona firmemente" as graves acusações contra sua pessoa.

"Embora essas denúncias não estejam relacionadas à minha conduta profissional ou ao funcionamento do meu escritório, me impedirão de conduzir meu trabalho neste momento crítico", disse o procurador-geral.

A New Yorker, um dos veículos de imprensa que revelou no ano passado o escândalo de abusos sexuais envolvendo o produtor de Hollywood Harvey Weinstein, publicou as denúncias contra Schneiderman em sua edição digital.

A renúncia veio menos de quatro horas após o surgimento das primeiras denúncias, e pouco depois que o governador do estado, Andrew Cuomo, recomendasse publicamente que ele deixasse o cargo.

Segundo a revista, as quatro mulheres denunciaram que Schneiderman, com quem afirmam ter mantido relações afetivas, as agrediu fisicamente em várias ocasiões durante os últimos anos.

A revista diz que duas das envolvidas, identificadas como Michelle Manning Barish e Tanya Selvaratnam, tornaram públicas suas experiências com Schneiderman com a intenção de "proteger outras mulheres".

As mulheres afirmam que ele as agredia violentamente, chegando até a sufocá-las, além de cometer abusos verbais e fazer ameaças. Os atos de violência, não consensuais, segundo as vítimas, ocorriam em ocasiões que deveriam ter sido encontros românticos.

Selvaratnam, nascida no Sri Lanka, conta ter sido chamada por Scheiderman de sua "escrava marrom" e que ele dizia que ela era sua propriedade.

"Após descobrir que outras mulheres tinham sido abusadas de modo semelhante por Schneiderman muitos anos antes de mim [...], senti que algo deveria ser feito", afirmou.

Scheiderman contesta essas afirmações. Segundo ele, tais práticas eram aceitas pelas mulheres ou não ocorriam da maneira como foram descritas. "Na privacidade de relações íntimas, eu me envolvi em atos de encenação e outras atividades consensuais. Jamais me envolvi em sexo não consensual", rebateu o procurador-geral.

Schneiderman, um ex-senador estadual eleito para a procuradoria-geral em 2010, planejava concorrer à reeleição este ano.

RC/efe/ap

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