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Preso na Alemanha envolvido em atentado na Tunísia

(ef)16 de abril de 2002

Homem que falou ao telefone com o suposto autor, pouco antes da explosão em Djerba, foi preso na Alemanha. O governo alemão diz que foi atentado contra Israel e a Tunísia parou de insistir na versão de acidente.

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Sinagoga Ghriba teria sido o alvo do atentado.Foto: AP

Foi preso na Alemanha um homem que tinha contato com o suposto responsável pela explosão na ilha Djerba, na Tunísia, em que morreram 15 pessoas, das quais 10 turistas alemães. A prisão foi anunciada, nesta terça-feira (16), por uma porta-voz da Procuradoria-Geral da República, em Karlsruhe. A Procuradoria assumiu as investigações na segunda-feira, em face do aumento dos indícios reunidos pelo governo alemão de que a detonação de um caminhão carregado de gás de cozinha na frente da sinagoga mais antiga da África foi um atentado dirigido contra Israel.

O homem preso na noite desta segunda-feira (15), em Duisburg, teria falado pelo telefone com o suposto autor do atentado pouco antes da explosão do caminhão na frente da sinagoga. Ele estava sendo investigado e tinha seu telefone grampeado por causa de seus contatos com supostos membros da organização terrorista Al Qaeda de Osama Bin Laden.

Confirmando as suspeitas de atentado contra Israel por causa da ofensiva militar nos territórios palestinos, vários jornais árabes divulgaram que uma organização de extremistas islâmicos assumiu a autoria da explosão em Djerba. O grupo de nome Exército Islâmico para a Libertação dos Lugares Santos escreveu numa carta divulgada pelos jornais El Kuds el Arabi e El Hajat, impressos em Londres, que a explosão foi uma "vingança pelos crimes israelenses". Uma organização de mesmo nome também havia assumido a autoria dos atentados contra as embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia, em 1998.

O governo da Tunísia parece ter desistido da versão de que a explosão no paraíso de turistas teria sido um acidente. O jornal francês Libération noticiou que o presidente Zine el Abdine informou os governos da Alemanha e da França que poderia ter sido um atentado, como Berlim suspeitara desde o início.

Dado o aumento dos indícios de um atentado, a Procuradoria Geral da Alemanha assumiu as investigações da explosão na segunda-feira. Antes, o chanceler federal, Gerhard Schröder, havia exigido esclarecimentos ao governo da Tunísia, que insistia na versão de acidente na tentativa de não afugentar os turistas. O turismo é a maior fonte de divisas da Tunísia. O ministro alemão do Interior, Otto Schily, disse que vestígios e declaração de testemunhas apontam confirmam a suspeita de atentado.