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Presidente do Departamento Federal do Trabalho pode renunciar

(av)12 de fevereiro de 2002

O escândalo provocado por estatísticas falseadas de intermediação de trabalho aumenta de proporções. A oposição exige a renúncia também do ministro do Trabalho.

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O futuro de Bernhard Jagoda, presidente do Departamento Federal do Trabalho, é incerto, desde que foi acusado de divulgar estatísticas falseadas, relativas à intermediação de empregos. Segundo o presidente do conselho fiscal do órgão, Christoph Kannengiesser, Jagoda "não conseguirá manter seu cargo durante muito mais tempo". Se ficar provado que houve fraude, ele terá que arcar com as conseqüências.

Outro membro do conselho, Roland Issen, classificou como "precipitadas" estas afirmações, feitas ao jornal Frankfurter Rundschau, embora admita que a má política de informação do presidente causou irritação no Departamento do Trabalho. "No momento não vejo nenhum motivo para se tomar Jagoda como bode expiatório", declarou Issen.

O vice Heinrich Alt afirmou que seu superior mostra-se "combativo e decidido a enfrentar a situação", completando: "Temos o presidente certo, um bom presidente. Gostaria que ele permanecesse a bordo." Seria a primeira vez nos 50 anos de existência do órgão, sediado em Nurembergue, que um presidente seria forçado a renunciar.

Oposição quer a cabeça do ministro

O próprio Jagoda já negou várias vezes que pretenda se demitir. Por sua vez, o ministro do Trabalho, Walter Riester, mostrou-se reticente, declarando apenas que nenhuma decisão será tomada antes do esclarecimento das acusações.

Ao examinar cinco agências do departamento dirigido por Jagoda, o Tribunal Federal de Contas constatou irregularidades em 70% das supostas intermediações. A presidência do Departamento do Trabalho tem uma assembléia extraordinária marcada para a tarde de quinta-feira (14).

Os partidos de oposição União Democrata-Cristã (CDU) e Social-Cristã (CSU) exigem até mesmo a renúncia de Riester. O líder da bancada da CDU/CSU no Parlamento, Friedrich Merz, disse já esperar que o ministro vá jogar toda a culpa sobre o presidente do Departamento do Trabalho, porém o afastamento deste não basta para solucionar a má administração do setor de trabalho.

Merz admitiu que os problemas não começaram com o início da gestão dos verdes e do SPD, em 1998, porém a contínua ampliação da administração, com a contratação de cada vez mais funcionários e a concessão de verbas excessivas, condenaram o mercado de trabalho ao colapso.

O porta-voz do Partido Liberal para assuntos ligados ao mercado de trabalho, Dirk Niebel, também manifestou-se pela renúncia de Riester. Ele classificou as atuais atividades do ministro como "pura manobra de despistamento": "A responsabilidade política cabe ao ministro, enquanto a factual cabe ao presidente do Departamento Federal. Para ambos chegou a hora de ir embora".