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"Por isso ninguém esperava"

(rr)18 de setembro de 2005

Merkel e Schröder defendem o direito de governar após a divulgação dos resultados parciais desta eleição. Mas como reagiram políticos dos grandes partidos alemães? A DW-WORLD reuniu os primeiros comentários.

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Stoiber e Merkel: democrata-cristãos procuram bode expiatórioFoto: dpa

A primeira reação de Angela Merkel aos resultados parciais foram: "Temos que admitir que a coalizão entre social-democratas e verdes foi a perdedora desta eleição. Esta é uma boa notícia". O próximo passo, segundo ela, seria montar um governo estável. "Essa é evidentemente uma tarefa para nós. Assumirei o poder com toda convicção." Mas Merkel admitiu que "obviamente tinha esperado um resultado melhor". Políticos do alto escalão da CDU reagiram com decepção às projeções do momento.

O governador do Estado da Turíngia, Dieter Althaus, considerou o desempenho da CDU "decepcionante". Segundo ele, muitos eleitores entregaram seu voto ao Partido Liberal Democrata (FDP) justamente para evitar a possibilidade de formação de uma "grande coalizão" entre CDU e SPD. "Se por um lado é bom que a atual coalizão tenha perdido a eleição, por outro nós agora não temos condições de fazer nossa coalizão desejada."

Para Edmund Stoiber, "Merkel recebeu a clara incumbência de governar o país", disse o presidente da União Social Cristã (CSU) e governador da Baviera, insistindo que seu partido fará de tudo para construir um governo estável. Markus Söder, secretário-geral do partido, também avaliou o prognóstico como "uma clara incumbência para a CDU/CSU". "O capítulo social-democrata-verde chegou ao fim", pois a CDU/CSU é o partido mais forte do país."

Os resultado negativos da CDU nas urnas foram também recebidos com decepção pelo governador da Renânia do Norte-Vestfália, Jürgen Rüttgers. "Estou decepcionado, esse é um resultado pelo qual ninguém esperava." Mesmo assim, Rüttgers insiste em uma "incumbência para CDU e Angela Merkel assumirem o poder". Que cara esse governo poderia ter, também ele preferiu deixar em aberto.

O presidente do FDP, Guido Westerwelle, agradeceu ao eleitorado um dos melhores resultados da história de seu partido. O FDP se tornou a terceira maior força no Parlamento alemão, disse Westerwelle em Berlim. No entanto, o político liberal excluiu qualquer possibilidade de criar uma coalizão de seu partido com os Verdes e o SPD. "Daremos claramente continuidade ao nosso curso. Se não houver maioria para uma coalizão com a CDU, que seja como oposição."

Apesar da derrota de seu partido, o chanceler federal Gerhard Schröder defende seu direito de permanecer à frente do governo alemão. "Obtive a confirmação de que os eleitores querem que nos próximos quatro anos haja um governo estável sob meu comando", disse Schröder em Berlim. O atual premiê alemão disse não compreender como a CDU/CSU pode defender o direito à liderança política após um resultado desastroso como esse.

O presidente do SPD, Franz Müntefering, exigiu a continuidade de Schröder na liderança. "Este país quer Gerhard Schröder como chanceler federal. Pudemos convencer muitas pessoas. Este resultado é uma derrota pessoal para Merkel", concluiu, acusando a candidata de ter guiado seu partido em direção aos liberais, ao "canto Westerwelle".

O prefeito de Berlim, Klaus Wowereit (SPD), garantiu que a atual coalizão não compactuará com o Partido de Esquerda. "Para nós é muito claro: com eles não há possibilidade de coalizão", disse. Em Berlim, o governo é formado por uma coalizão do SPD com o Partido de Esquerda.

A líder da bancada dos Verdes no Bundestag, Katrin Göring-Eckart, definiu o prognóstico como "um belo resultado". "Se formos obrigados, passaremos à oposição", disse. O verde Volker Beck disse que seu partido está satisfeito com o resultado, mesmo que seu objetivo de dar continuidade à coalizão não tenha sido alcançado. Segundo ele, por outro lado também é bom que liberais e conservadores não tenham conseguido aprovação para sua política neoliberal.

O candidato do Partido de Esquerda, Oskar Lafontaine, também excluiu a possibilidade de uma coalizão com o SPD. Para tanto, não haveria concordância política suficiente entre os dois partidos, disse Lafontaine em Berlim.

Tampouco o presidente do partido, Lothar Bisky, acredita em tal coalizão. "Não podemos governar com um partido que segue um programa de reformas sociais como a Agenda 2010", disse. A respeito do objetivo não alcançado de tornar-se a terceira maior força política do país, ele disse: "Estamos presentes". Segundo ele, foi graças a seu partido que se pôde evitar que se formasse uma coalizão entre liberais e conservadores.