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Presidência polonesa

5 de julho de 2010

O candidato liberal-conservador Bronislaw Komorowski foi o vencedor das eleições presidenciais polonesas. Um radical opositor do antigo regime comunista irá assumir agora o mais alto cargo público da Polônia.

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'Concórdia' foi lema eleitoral de Bronislaw KomorowskiFoto: AP

Após a apuração de 95% dos votos, os correligionários de Bronislaw Komorowski comemoraram a vitoria do candidato liberal-conservador no segundo turno das eleições presidenciais polonesas, realizadas no domingo (04/07).

Com um largo sorriso no rosto e um buquê de rosas vermelhas e brancas nas mãos, Komorowski ainda não queria comemorar a vitória, apesar de haver recebido até então 53% dos votos. Seu principal concorrente, Jaroslaw Kaczynski, líder da oposição nacionalista conservadora, angariou cerca de 47% dos votos dos poloneses.

Na manhã desta segunda-feira, a vitória de Komorowski sobre o irmão gêmeo do antigo presidente morto em acidente aéreo na Rússia, Lech Kaczynski, já estava certa. Jaroslaw Kaczynski cumprimentou Komorowski pelo resultado.

Seguidor de Tusk

A vitória de Komorowski é bastante cômoda para o primeiro-ministro polonês, o também liberal-conservador Donald Tusk. O fato de um correligionário seu assumir agora a chefia do Estado polonês deverá facilitar as coisas para o governo do também líder do partido Plataforma Cívica (PO).

Num momento em que Tusk pretende introduzir um ambicioso programa de reformas econômicas, com algumas imposições para a população, a vitória de Komorowski é de grande importância: o antigo presidente conservador Lech Kaczynski utilizou, várias vezes, o poder de seu cargo para derrubar leis governamentais.

O presidente eleito é visto como um fiel seguidor de Donald Tusk, a quem deve também seu salto na carreira, pois, com sua recusa a candidatar-se às eleições presidenciais, Tusk abriu o caminho para a candidatura de Komorowski. Após a morte de Lech Kaczynski, Tusk assumira provisoriamente a chefia de Estado do país.

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Jaroslaw Kaczynski e Bronislaw Komorowski disputaram acirrada eleiçãoFoto: AP

Política de defesa

O novo presidente polonês de 58 anos descende de uma família de nobres da Lituânia. Em 1979, o então estudante de história foi preso pela primeira vez, após participar de uma manifestação ilegal da oposição democrática. Um ano mais tarde, Komorowski foi cofundador do sindicato Solidariedade. Em 1981, após a declaração da lei marcial no país, passou quase um ano em um campo de concentração.

Como oponente radical do regime comunista, recusou, inicialmente, qualquer diálogo com o poder estatal. Após as mudanças políticas de 1989, aceitou, todavia, a transição pacífica e assumiu um posto no serviço público. Komorowski fez da política de Defesa seu ponto forte.

Entre 1990 e 1993, Komorowski foi o primeiro civil a exercer o cargo de vice-ministro da Defesa da Polônia. E entre 2000 e 2001 passou a comandar o Ministério da Defesa.

Chave do sucesso

Bronislaw Komorowski, também chamado de "Bronek", considera que a chave para o sucesso está no consenso, tanto na política interna quanto na externa. Como presidente do Parlamento polonês, em 2007, teve que servir como intermediador, por diversas vezes, entre a coalizão de governo e a oposição. "Concórdia" foi o lema de sua campanha eleitoral.

Na política externa, ao contrário de diversos políticos poloneses pró-americanos, ele aposta nas boas relações com a União Europeia. Após a tomada de posse, as primeiras destinações internacionais do novo presidente serão Bruxelas, Berlim e Paris.

Komorowski é católico, mas está distante de ser um fundamentalista religioso. Ele não se manifestou, por exemplo, contra a inseminação artificial ou contra uma maior participação de mulheres na política.

CA/dw/rtr/dpa
Revisão: Augusto Valente