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Políticos europeus criticam retórica de Bush contra o terrorismo

(ns)9 de fevereiro de 2002

O ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, e o comissário de Relações Exteriores da UE, Chris Patten, criticaram o presidente norte-americano por referir-se ao Irã, Iraque e Coréia do Norte como "o eixo do mal".

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O ministro alemão Joschka FischerFoto: AP

A Europa começa a rebelar-se contra os excessos verbais do presidente norte-americano. O ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, criticou declarações dos Estados Unidos no combate ao terrorismo. Referindo-se ao "eixo do mal", uma expressão usada pelo presidente norte-americano George W. Bush para designar o Irã, Iraque e a Coréia do Norte, Fischer disse, neste sábado, que "essa certamente não é a posição dos europeus."

Diferenças entre EUA e Europa

- Após reunir-se com seus colegas de pasta da União Européia, em Cáceres, na Espanha, Fischer disse que a luta contra o terrorismo deve ser travada de forma resoluta. No entanto, os europeus são da opinião de que também é preciso buscar soluções políticas. Isso diria respeito, principalmente, ao Oriente Médio. Na sexta-feira (08), o político alemão advertira para que os Estados Unidos e a União Européia não desistam de posições conjuntas sobre o conflito envolvendo Israel e os palestinos.

O comissário europeu de Relações Exteriores, Chris Patten, também criticou a política externa de Bush, com base na sua declaração sobre o "eixo do mal". Em entrevista publicada pelo Guardian, em sua edição de sábado, Patten disse: "Eu mal posso acreditar que essa seja uma política refletida. Expressões como essa não ajudam nem um pouco".

Bons aliados não calam a boca

- Para o político conservador britânico, é muito perigoso assumir posições que procuram generalizar e simplificar o contexto político. A estratégia européia de apoiar as forças moderadas no Irã e na Coréia do Norte seria muito mais promissora do que a política atual de Washington, que se limita a uma retórica de provocação. O comissário espera que o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, que é de tendência moderada, se imponha no governo. "Eu não acho que demonstramos ser bons aliados calando a boca", disse Patten, ressaltando não ter "nenhum vestígio de anti-americanismo".