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Racismo contra angolano

13 de agosto de 2009

Após aparecer em cartaz de campanha eleitoral, político negro Zeca Schall é alvo de ameaças de radicais de direita. Natural de Angola, ele mora na Alemanha desde 1988 e possui cidadania alemã.

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Zeca Schall: ofendido publicamente por extremistasFoto: DPA

A procuradoria de Meiningen, na Turíngia, abriu nesta quinta-feira (13/08) inquérito para investigar os ataques do partido de extrema direita NPD ao político alemão de origem angolana Zeca Schall, do partido conservador CDU.

A CDU apresentou queixa à Justiça alemã após o NPD ter afirmado, por meio de um comunicado divulgado à imprensa nesta quarta-feira, que Schall "preenche a cota de negros da CDU", que a presença do político – que mora desde 1988 na Alemanha e obteve a cidadania alemã em 2004 – "não é necessária" e que ele "deveria voltar para casa".

Desde então, Schall está sob escolta policial. Ele disse ter ficado chocado, mas não demonstrou preocupação com as ameaças. "Neste momento chegou um caminhão do NPD, que está contra mim, fazendo campanha também na estrada. Mas não temos medo, temos proteção e queremos continuar nossa campanha até o fim", declarou o político à Deutsche Welle.

Campanha eleitoral

Schall caiu na mira dos radicais de direita após aparecer num cartaz da campanha eleitoral do governador da Turíngia, Dieter Althaus, que concorre à reeleição. Schall é filiado à CDU desde 2004 e participa da campanha como voluntário. A Turíngia elegerá um novo parlamento no próximo dia 30 de agosto.

"Esses ataques me surpreenderam, porque, já no início do ano, havia cartazes meus espalhados em Hildburghausen, onde ocorriam eleições distritais. Na época, não houve nenhuma reação", comentou Schall.

Na opinião de especialistas, a ação do NPD contra o político negro faz parte de uma estratégia para chamar a atenção para o partido. No início da campanha eleitoral, em julho, o NPD organizara vigílias diante de mesquitas e templos religiosos.

Turíngia faz pouco contra extrema direita

Schall contou já ter sido agredido uma vez na Alemanha. "Há oito ou nove atrás, eu queria ajudar um colega moçambicano que foi agredido na rua. Eu me coloquei no meio e alguém por trás me empurrou para o chão. Fiquei um pouco ferido", disse.

O professor Hajo Funke, especialista em extrema direita da Universidade Livre de Berlim, disse que o governo da Turíngia não está se esforçando o suficiente para impedir o avanço das ideias extremistas no estado.

"Eles estão atrasados na prevenção do extremismo de direita. É um dos estados menos ativos do leste e da Alemanha como um todo. É bom que finalmente comecem a fazer algo", comentou.

AS/dpa/dw

Revisão: Soraia Vilela