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Podolski, a nova esperança da seleção alemã

(gh)19 de junho de 2005

Atacante do Colônia conquista a torcida alemã na Copa das Confederações e é a grande promessa da seleção anfitriã para o Mundial de 2006. Bayern de Munique já está de olho no craque.

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Para a torcida, Podolski é o 'Príncipe Poldi'Foto: AP

Ele marcou o gol decisivo da vitória de 4 a 3 sobre a Austrália, na estréia alemã na Copa da Confederações, e preparou dois no 3 a 0 sobre a Tunísia: Lukas Podolski é a nova esperança da seleção alemã para Copa 2006.

Nos estádios, ele já é festejado como um fenômeno. Pelo menos em Colônia, o astro do clube local é considerado fenomenal há muito tempo. "Hoje com pôster de Poldi", gritam as manchetes dos jornais. Até o SMS da namorada, que o felicita pelo gol no primeiro jogo em Frankfurt ganha uma página inteira do Kölner Express.

Ataque com sotaque

Confed-Cup Fußballnationalspieler Lukas Podolski Deutschland
Lukas Podolski: vaga de titular garantida para 2006Foto: dpa

Nascido em 4 de junho de 1985, em Gliwice (Polônia), filho de jogadores de handebol, Podolski tem pelo menos um ponto em comum com seus colegas de ataque na seleção alemã: suas raízes estrangeiras. Miroslav Klose (atualmente contundido) igualmente nasceu na Polônia; Gerald Asamoah vem de Gana; e Kevin Kuranyi, do Rio de Janeiro. Quando Poldi – como é chamado pelos fãs – fala o dialeto de Colônia, nota-se o sotaque polonês.

De 1991 a 1995, ele marcou mais de 100 gols pelo juvenil do FC 07 Bergheim, perto de Colônia. Na temporada 2003/2004, disputou a Bundesliga pelo FC Colônia, clube que acompanhou no rebaixamento para a Segunda Divisão e com o qual retorna à Primeira Divisão no certame 2005/2006. Com 18 anos de idade, marcou 10 gols em 19 jogos pela Bundesliga (fato inédito na história da Federação Alemã de Futebol) e reergueu o Colônia com 24 gols na temporada passada.

Podolski estreou na seleção em 6 de junho de 2004, sob o comando do técnico Rudi Völler, quando a Alemanha perdeu de 2 a 0 para a Hungria em Kaiserslautern. Völler se foi, depois da Eurocopa 2004; Podolski ficou, e já é considerado titular da equipe que deverá disputar a Copa 2006.

Torpedo monossilábico

Com 20 anos, Podolski é o jogador mais jovem da seleção desde Uwe Seeler e Olaf Thon e, talvez, o atacante mais moderno da Alemanha. Ele é o sorriso de uma equipe às vezes carrancuda, e parece concebido sob medida para o futebol ofensivo exigido pelo técnico Klinsmann. Tem um torpedo no pé esquerdo, é rápido e robusto – tanto no físico quanto nas palavras.

Reação rápida em campo e frases curtas nas entrevistas coletivas são sua marca. "A bola tem que entrar no gol, não importa como", é sua filosofia. Seu primeiro treinador profissional, Marcel Koller, certa vez o chamou de "milagre sobre duas pernas". Perguntado sobre suas expectativas na Copa das Confederações, Podolski foi sucinto: "Eu quero ganhar o título. Por que outra razão eu estaria aqui?".

É essa autenticidade, coisa cada vez mais rara no futebol, que transformou Poldi num ídolo nacional em tempo recorde, sendo superado apenas por Ballack e Kahn na escala de popularidade. "Ele é um cara que mesmo depois de um jogo na seleção sai para bater bola com os amigos", conta o gerente da seleção alemã, Oliver Bierhof.

Talvez, por isso, ele tenha sido escolhido para ser protagonista de um filme publicitário sobre futebol de rua, atualmente em cartaz nos cinemas. Podolski aparece com a bola nos pés e o rosto lambuzado de lama, perseguido pelo francês David Trezeget, o italiano Alessandro Del Piero (ambos da Juventus, Itália), o holandês Arjen Robben (do Chelsea) e o argentino Javier Saviola (do Mônaco, França), astros de seus times e das respectivas seleções nacionais. A idéia é mostrar as raízes perdidas de um futebol movido pela paixão.

A diferença entre os cinco "atores" é que Podolski não precisa encenar. Ele personifica como poucos o sonho da torcida de ver de novo um craque do povo, que não se deixa enlouquecer pelo dinheiro, a mídia e os patrocinadores, e que só pensa numa coisa: marcar gols. E nisso ele lembra Gerd Müller, "o eterno torpedo alemão". A pergunta é: até quando? Embora Podolski ainda tenha contrato com o Colônia até 2007, o Bayern de Munique já está de olho na nova esperança da seleção alemã.