1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Pesquisadores identificam réptil que viveu há 65 milhões de anos no Brasil

Clarissa Neher15 de janeiro de 2014

O ancestral do jacaré foi descoberto no estado do Rio de Janeiro e viveu há 65 milhões de anos. Fóssil já havia sido encontrado há mais de 30 anos, e só agora foi estudado e identificado.

https://p.dw.com/p/1AqWu
Foto: Museu de Ciências da Terra/CPRM

Pesquisadores brasileiros anunciaram nesta quarta-feira (15/02) a descoberta de uma nova espécie de réptil fóssil. O Sahitisuchus fluminensis – crocodilo guerreiro do Rio Janeiro – possuía aproximadamente dois metros de comprimentos e foi encontrado no município de Itaboraí, no Rio de Janeiro.

O animal é um crocodiliforme, ancestral do jacaré, e é o mais antigo já encontrado no estado do Rio de Janeiro. O Sahitisuchus fluminensis viveu no Paleoceno e sobreviveu à extinção ocorrida no período Cretáceo, há 65 milhões de anos, que dizimou grande parte dos dinossauros. A espécie é um dos crocodiliformes mais preservados do mundo.

O Sahitisuchus pertence ao grupo dos sebecossúquios que eram adaptados a vida em terra firme. Ele possuía crânio alto e cerca de 16 dentes na arcada superior. O réptil provavelmente se alimentava de mamíferos marsupiais ou outros répteis menores.

Na região onde o fóssil foi encontrado também foram localizados espécies de crocodilomorfos mais modernas. Essa combinação de espécimes ainda não havia aparecido em nenhum outro lugar do mundo. Além disso, a descoberta brasileira aponta que a evolução desse animal, com uma variedade de linhagens, foi mais complexa do que o suposto.

Eine Zeichnung von der Sahitisuchus fluminensis
Sahitisuchus fluminensis se alimentava de pequenos animaisFoto: Museu de Ciências da Terra/CPRM

O fóssil foi identificado por pesquisadores do Museu de Ciências da Terra, do Museu Nacional e da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O Sahitisuchus fluminensis fazia parte do acervo que reúne fósseis descobertos entre os anos de 1933 e 1984 no depósito de calcário de Itaboraí.

A maioria dos animais do acervo era de mamíferos e já havia sido estudada, mas os répteis permaneciam no anonimato. Um projeto apoiado pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) financiou o estudo desse material.

A descoberta entra para a lista de novas espécies descobertas no Brasil recentemente. No ano passado, foi identificado no interior de São Paulo uma nova espécie de dinossauro, o Brasilotitan nemophagus, em 2012 uma outra espécie de dinossauro havia sido achada no Maranhão.