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Pesquisa liga vírus zika a doença neurológica

1 de março de 2016

Cientistas analisam amostras de sangue de pacientes que tiveram a síndrome de Guillain-Barré durante surto de zika na Polinésia Francesa e comprovam infecção de vírus em 93 % dos casos.

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Vírus da zika é transmitido por Aedes aegyptiFoto: picture-alliance/dpa/J. Arguedas

Um estudo do Instituto Pasteur na França, publicado nesta segunda-feira (29/02), mostrou a ligação entre o vírus zika e a síndrome de Guillain-Barré, uma reação autoimune do corpo que ataca parte do sistema nervoso, causando fraqueza muscular e paralisia.

Os cientistas analisaram amostras de sangue de 42 pacientes que desenvolveram a síndrome na Polinésia Francesa entre 2013 e 2014, quando ocorreu um surto de zika na região. As análises revelaram que 93% dos pacientes haviam sido infectados pelo vírus até três meses antes de desenvolverem Guillain-Barré.

"Esse trabalho é importante porque permite a confirmação do papel da infecção pelo vírus zika nas ocorrências de complicações neurológicas graves que constituem a síndrome de Guillain-Barré", afirmou o principal autor do estudo, Arnaud Fontanet.

Baseados nas descobertas, os pesquisadores calcularam o risco estimado de desenvolver a síndrome em 2,4 para cada 10 mil pessoas infectadas pelo zika. "As regiões que são afetadas pela epidemia do vírus provavelmente terão um aumento significativo no número de pacientes com complicações neurológicas graves e, quando possível, devem aumentar a capacidade das instalações de cuidados de saúde para receber pacientes que necessitam de cuidados intensivos", alertou Fontanet.

Desde o início do surto de zika, o Brasil detectou mais de 1,8 mil casos da síndrome de Guillain-Barré. A Colômbia registrou 86 e El Salvador, 118. A Venezuela tem 66.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que 5% dos casos de Guillain-Barré são fatais, e 25% dos infectados apresentam paralisias dos músculos respiratórios. Além da síndrome, o vírus tem sido associado ao nascimento de bebês com microcefalia.

O estudo do Instituto Pasteur foi publicado na revista científica "The Lancet".

CN/rtr/lusa/afp/ap