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Paratletas alemães têm boas chances de medalhas

rw17 de setembro de 2004

Delegação alemã nos Jogos Paraolímpicos tem 210 paratletas, com fortes chances de levar parte das 500 medalhas. Gerhard Schröder será o primeiro chefe de governo de um país não-anfitrião a visitar o evento.

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A bandeira dos Jogos, com o Partenon ao fundoFoto: AP

Cerca de quatro mil paratletas de 130 países estão participando dos Jogos Paraolímpicos de Atenas, disputada por portadores de alguma deficiência física. A competição iniciada nesta sexta-feira (17/9) vai até o dia 28 de setembro.

Entre os esforços empreendidos na Alemanha para incentivar o esporte entre portadores de deficiências, merece destaque o projeto denominado Top Team Athen. Nele, os 26 atletas com maiores chances de medalha em Atenas foram dispensados do empregador para poderem treinar. A título de compensação, as empresas receberam uma pequena ajuda financeira da Fundação de Amparo ao Esporte Alemão.

As expectativas dos esportistas alemães para esta edição dos Paraolímpicos são grandes. Nos últimos Jogos, há quatro anos, em Sydney, ficaram decepcionados com o 10º lugar na tabela de medalhas. Os treinos acontecem geralmente à noite, conta o treinador do vôlei masculino, Karl Quade: "A maioria dos atletas são amadores, com família para sustentar. Suas condições não podem ser comparadas às dos atletas olímpicos."

Problemas logísticos — Um dos destaques da delegação alemã é Heidi Kirste, que arrebatou duas medalhas de ouro nos quatro Jogos de que participou. Aos 38 anos, a jogadora da seleção de basquete em cadeiras de rodas acha que a concorrência ficou muito acirrada nos últimos anos.

"Muitos países, como os Estados Unidos, treinam de forma profissional", salienta a paratleta em cadeira de rodas desde os 14 anos, quando caiu de um cavalo.

Apesar dos enormes problemas logísticos normalmente enfrentados pelos portadores de deficiências ao empreenderem uma viagem internacional, desta vez a situação foi outra. "A Lufthansa já queria transportar as cadeiras de rodas que usamos em quadra duas semanas antes do início dos Jogos", conta Kirste, natural da cidade de Hamburgo, e acrescenta em tom irônico: "O que eles não previram é que precisamos deste importante equipamento para treinar até o último minuto." Mãe de dois filhos e casada com um juiz, Kirste tem em toda a família seus maiores fãs, todos fanáticos por basquete.

Cadeiras de rodas em quarentena — O que a preocupa também é o compartimento em que as cadeiras de rodas são transportadas. "A Sydney, elas viajaram com as selas usadas no hipismo e chegaram com alguns pêlos de cavalo, o que fez com que as autoridades sanitárias a impusessem dois dias de quarentena para as cadeiras!", reclama.

Nem tudo são flores na segunda maior competição do mundo. Nos Jogos de Atlanta, por exemplo, há oito anos, não havia roupas de cama para os participantes. O fato quase voltou a se repetir esta semana em Atenas, quando as delegações tiveram de improvisar porque a temperatura caiu bruscamente nos últimos dias.

Todavia, achar soluções não é problema para os portadores de deficiências, confrontados com obstáculos na vida diária. Até mesmo com os uniformes houve dificuldades, pois a delegação não dispõe de um costureiro para fazer bainhas ou apertar as camisas.

Além do mais, os abrigos esportivos foram encomendados tão tarde, que cada um teve que costurar o próprio emblema à mão. Um dia importante para os paratletas será o próximo dia 25, quando a delegação receberá a visita do chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, o primeiro chefe de governo de um país não-anfitrião a visitar os Jogos Paraolímpicos.