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Panfletos explicam Carnaval alemão para os refugiados

Nina Niebergall (md)27 de janeiro de 2016

Entre as advertências estão a de não urinar na rua e não interpretar beijos no rosto como um gesto com conotação sexual. Responsáveis dizem que intenção é ajudar recém-chegados a entender as folias momescas.

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Foto: imago/R. Peters

Funcionários de prefeituras e de clubes carnavalescos de cidades na região do Reno, como Bonn e Colônia, estão distribuindo panfletos em abrigos de refugiados para explicar certos costumes do Carnaval local. Um prospecto distribuído em Bonn, escrito em sete línguas, explica aos imigrantes que "dar beijo no rosto" faz parte da festa na região e não tem conotação sexual.

"Para pessoas que nunca ouviram falar de Carnaval, ele é uma coisa um pouco estranha, também no sentido positivo", acredita Sabine Kaldorf, porta-voz da iniciativa para refugiados Save Me, de Bonn.

Tendo em mente os recentes acontecimentos do réveillon em Colônia, ela explica que, para quem vê o Carnaval de fora, pode "parecer que, de repente, as regras destinadas a proteger as mulheres do assédio sexual foram em parte revogadas". Por isso, ela acredita ser importante informar os imigrantes, colocando as regras literalmente nas mãos deles.

"Não significa não"

Foi por temer que a atmosfera descontraída das festividades momescas – muitas vezes acompanhadas de consumo excessivo de álcool – possa levar a mal-entendidos que a prefeitura de Bonn produziu um folheto informativo para refugiados.

O texto contém conselhos como "consumir cerveja apenas moderadamente", não urinar em público e não confundir beijo no rosto – costume entre foliões da região do Reno – com um sinal de segundas intenções. "Aproximação sexual não é permitida! Mulheres e homens devem estar sempre de acordo. Não significa não!", alerta o panfleto.

Karneval Sprachbar
Clubes e autoridades temem que tradição carnavalesca local provoque mal-entendidosFoto: picture-alliance/dpa

Já em Mönchengladbach, a associação local de carnavalescos (MGV) produziu um prospecto em várias línguas, avisando que no Carnaval, de fato, "há mais consumo de álcool" do que o habitual, mas que as regras devem ser respeitadas e que beijos no rosto "geralmente não têm conotação sexual". Além disso, o texto informa que "nem todo relacionamento termina em matrimônio" e que delitos "como os que ocorreram no réveillon de Colônia não serão tolerados e serão punidos".

"Regras demais"

A requerente de asilo libanesa Noura Saab El Chami, de 25 anos, que mora há um ano em Colônia, acha importante receber informações sobre os costumes locais e espera também ganhar um folheto, embora diga que não pretende entrar na folia por não conhecer a festa.

"Na Alemanha há tantas regras que devem ser consideradas. Muitos simplesmente não sabem exatamente como devem se comportar", diz. Ainda assim, ela acha óbvio não ser permitido urinar na rua ou molestar mulheres sexualmente.

A encarregada de Migração, Refugiados e Integração do governo alemão, Aydan Özoguz, criticou a distribuição de panfletos para imigrantes. Em entrevista à emissora de rádio alemã WDR, ela disse acreditar que as autoridades devem atentar para não tratar os refugiados como "homens das cavernas".