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Atenas e o euro

3 de maio de 2010

O auxílio à Grécia inevitável, tendo em vista a estabilidade do euro. Economistas alemães criticam avaliação negativa do país no mercado financeiro. Alemanha e França pedem participação de bancos no pacote de ajuda.

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Estabilidade do euro preocupaFoto: AP

Gustav Horn, diretor do Instituto de Macroeconomia e Pesquisa de Conjuntura (IMK), da Fundação Hans-Böckler, alerta para o risco de "uma perigosa espiral de pânico e especulação" no que diz respeito à Grécia.

No entanto, segundo ele, há de se lembrar que "a união monetária europeia se encontra ainda em situação de perigo agudo. Por isso, os Estados da UE precisam rapidamente deixar claro que vão arcar com a responsabilidade financeira".

Ajuda voluntária dos bancos

Entre os países do bloco, principalmente a Alemanha e a França defendem uma participação voluntária dos bancos no processo. O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, e a ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, defenderam em encontro realizado no último domingo (02/05) um envolvimento dos bancos na questão. Representantes de outros países presentes à reunião, segundo uma diplomata em Bruxelas, "mantiveram-se reservados" em relação à questão.

Schäuble e Lagarde deixaram claro, contudo, que a reivindicação é a de uma participação voluntária e não compulsória dos bancos no pacote de ajuda. O ministro alemão anunciou que pretende convencer as instituições privadas de crédito a disponibilizarem o mais rápido possível recursos para o governo grego. A Grécia deverá receber dos países da UE e do FMI um total de 110 bilhões de euros, a fim de que seja evitada a falência pública do país.

Os bancos alemães também se mostraram reticentes diante da ideia de auxiliar a Grécia. "Para evitar o risco de nos depararmos com uma estreiteza de crédito, precisamos agora esclarecer a situação e tomar um rumo certo, que responda a todas as questões e riscos", afirmou o ministro alemão da Economia, Rainer Brüderle, ao jornal Leipziger Volkszeitung. Ele voltou a insistir na criação de uma agência europeia de rating, a fim de evitar crises como a da Grécia.

Evitar mesmos erros no futuro

A ajuda a Atenas é vista pelos conservadores da União Democrata Cristã (CDU), partido da coalizão de governo na Alemanha, como correta em todos os sentidos. Pois uma falência pública do país "iria desestabilizar fortemente nossa moeda", declarou Hermann Gröhe, secretário-geral da CDU. Para o político, Atenas não pode, contudo, repetir o "tricô do orçamento" que praticou no passado.

Já o presidente do partido A Esquerda, Oskar Lafontaine, afirmou que sua facção não deverá votar em prol do pacote de auxílio à Grécia no Parlamento. Neste contexto, Lafontaine voltou a defender a implementação de um imposto sobre transações financeiras e uma maior taxação sobre os lucros dos bancos.

Contenção de despesas

O governo grego terá que poupar nada menos do que 30 bilhões de euros nos próximos três anos. Em sinal de protesto contra essa situação, os dois maiores sindicatos do país convocaram nove greves paralelas, entre estas nos setores de coleta de lixo, escolas e aviação. Os jornais do país estampam manchetes que apontam uma situação de "fome e miséria" e de "sufoco nos próximos quatro anos".

SV/dw/dpa/rtr/ap/afp
Revisão: Augusto Valente