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Otimismo com rodada de Cancún

ef3 de setembro de 2003

Federação das Indústrias Alemãs (BDI) espera da iminente rodada de negociações da Organização Mundial do Comércio, em Cancún, um impulso na economia internacional.

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A organização de cúpula empresarial da Alemanha aguarda com tensão e otimismo as deliberações da OMC na cidade mexicana. Em entrevista coletiva à imprensa em Berlim, nesta quarta-feira (3), o diretor-geral da BDI, Ludolf von Wartenberg, disse esperar um sinal positivo para um impulso econômico. Isso vai depender, segundo ele, principalmente de reduções das barreiras alfandegárias e de outros obstáculos no comércio mundial:

"A BDI está se empenhando para que a rodada de Cancún seja aproveitada para melhorar o acesso aos mercados internacionais. Há tempos que nós exigimos novos acordos para as questões de competitividade e investimentos, facilidade comerciais e especialmente para acelerações nas transações alfandegárias. E, o que é mais importante, uma transparência nos sistemas oficiais de aprovisionamento". A última exigência significa combate à corrupção nos negócios estatais.

PIB mundial

- Wartenberg calcula que, com uma redução de um terço das atuais barreiras comerciais, o Produto Social Bruto mundial poderia ter um aumento de US$ 600 bilhões ao ano, dos quais aproximadamente US$ 30 bilhões caberiam à Alemanha.

"Mas se a OMC não liberalizar substancialmente suas regras, ela ficará ameaçada de perder influência. E isso levaria, fatalmente, a uma forte fragmentação e complicação do comércio mundial", disse o empresário alemão.

Isto quer dizer que voltaria a valer o direito dos mais fortes, o que seria ruim para a União Européia, segundo Wartenberg. Ele revelou que a BDI está há tempos em conversações com organizações de cúpula empresarial de outros países com a meta de desativar, na OMC, o conflito entre a União Européia e os Estados Unidos, de um lado, e os países em desenvolvimento, de outro. Com a da Índia, por exemplo, ela conseguiu uma recomendação conjunta para a rodada de Cancún.

Ações conjuntas

- "Com isso nós demonstramos, de maneira concreta, o esforço conjunto das indústrias dos países industrializados e dos em desenvolvimento nas questões centrais da política comercial", esclareceu o representante da Alemanha. As divergências que surgem com freqüência seriam fruto de mal-entendidos, segundo Wartenberg, porque os temas são muito complicados. "Mas quando os equívocos são esclarecidos, abrimos, também com freqüência, o caminho para ações conjuntas", afirmou.

O diretor-geral da BDI esclareceu que a Alemanha é um país fortemente conectado com o exterior. Não vive mais só da diferença entre exportação e importação. A produção das empresas alemãs no estrangeiro é muito maior que as exportações que elas fazem da Alemanha. "As empresas produzem e reimportam. Por isso temos que considerar a economia mundial como uma coisa que só progride com o sucesso da Organização Mundial do Comércio".

Ao mesmo tempo, Wartenberg cobrou reformas estruturais profundas na Alemanha, muito além das previstas na chamada Agenda 2010 do chanceler federal, Gerhard Schröder. Do contrário, segundo ele, um sucesso da rodada de Cancún será de pouca ajuda para os alemães. A agenda prevê reformas fiscal, dos sistemas de aposentadoria e de saúde, bem como uma reestruturação do mercado de trabalho.