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Tropa de combate

29 de janeiro de 2008

Com o pedido formal para que a Alemanha disponibilize cerca de 250 soldados à força de reação rápida no norte do Afeganistão, cresce a pressão da Otan para que os alemães reforcem seu contingente militar no país.

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Além de ajuda e proteção, luta também é tarefa dos soldados, afirma ministroFoto: AP

Pela primeira vez, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) fez um pedido formal de uma unidade de combate das Forças Armadas Alemãs (Bundeswehr) para atuar no norte do Afeganistão. A informação foi confirmada por um porta-voz do Ministério alemão da Defesa, nesta terça-feira (29/01), em Berlim.

Um contingente de 240 a 250 soldados alemães deverá substituir a força de reação rápida (Quick Reaction Forces) norueguesa, estacionada no norte do país até meados deste ano. A missão do grupo é garantir a segurança da força de estabilização Isaf na região. O governo de Berlim sinalizou positivamente ao pedido de envio da tropa, mas a decisão definitiva será tomada somente no início de fevereiro.

Em visita surpresa ao Afeganistão, Franz Josef Jung (CDU), ministro alemão da Defesa, encontrou-se na capital afegã com o presidente Hamid Karzai e com seu colega de pasta Abdul Rahim Wardak.

Em Cabul, Jung justificou o envio de uma unidade de combate alemã para o norte do Afeganistão. Entre as atuais tarefas dos soldados já está, além da ajuda e da proteção, também a luta, afirmou o político da CDU.

Paz e estabilidade

Franz Josef Jung bei Hamid Karzai
Franz Josef Jung (e.) em Cabul com Hamid KarzaiFoto: AP

Como comandante regional do norte, a atuação da Bundeswehr se restringe à reconstrução das províncias afegãs. Missões de luta no turbulento sul são veementemente recusadas pelo governo alemão. Em Cabul, Jung criticou as declarações do presidente da Associação das Forças Armadas Alemãs, Bernhard Gertz, que advertiu drasticamente para o perigo de vítimas devido à, segundo Gertz, nova qualidade da missão alemã no Afeganistão.

Em alusão ao envio da força de reação, Jung rebateu as acusações de deficiências do aparelhamento das tropas alemãs. Os soldados alemães são bem preparados e bem aparelhados, afirmou Jung. A missão no Afeganistão esteve sempre ligada a riscos para os soldados. Ela, no entanto, é uma importante contribuição para a paz e a estabilidade, afirmou o ministro.

Segundo juristas do ministério da Defesa, o envio da força de reação rápida não vai de encontro ao mandato que a Bundeswehr recebeu do Parlamento alemão, pois este prevê ajuda emergencial, até mesmo no sul do Afeganistão, de forma temporária.

Mais de 3 mil homens

Soldaten der Bundeswehr in Afghanistan
Alemães são responsáveis pelo norte do AfeganistãoFoto: AP

A atual força de reação rápida é composta por um contingente de 350 soldados noruegueses, estacionados no norte do Afeganistão. Eles se retirarão em meados deste ano. A tropa apóia a missão da Otan comandada pela Bundeswehr, no norte do país, em tumultos, buscas e na proteção de comboios. Dos 350 soldados noruegueses, cem prestam apoio logístico e não precisarão ser substituídos pelos alemães, informaram diplomatas da Otan.

No Parlamento alemão, principalmente a bancada do partido A Esquerda reagiu de forma contrária ao envio da força rápida de reação. Se o governo alemão enviar novas tropas de combate para o Afeganistão, então a Alemanha estaria "finalmente envolvida numa guerra que viola o direito internacional", afirmou o chefe da bancada, Gregor Gysi.

Por outro lado, a reação positiva do governo alemão foi muito bem aceita pela Otan, que comanda, ao todo, cerca de 42 mil soldados no Afeganistão. As Forças Armadas Alemãs estão presentes no norte do país com mais de 3 mil homens. (ca)

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