1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Otan reitera apoio à Ucrânia, mas exclui intervenção militar

4 de setembro de 2014

Em conferência em Newport, Aliança Atlântica volta a acusar a Rússia pelos conflitos no leste ucraniano. Presidente Poroshenko sinaliza trégua em troca de acordo político. EUA anunciam novas sanções contra Moscou.

https://p.dw.com/p/1D7MM
Foto: picture-alliance/dpa/Maurizio Gambarini

Na cúpula que teve início nesta quinta-feira (04/09), no País de Gales, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ratificou seu apoio à Ucrânia nos conflitos com separatistas pró-Moscou. Ao mesmo tempo, porém excluiu tanto a possibilidade de uma intervenção militar quanto de um ingresso do país na aliança militar.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, voltou a acusar a Rússia de envolvimento nos conflitos no leste do país. Apesar de o governo russo negar envolvimento direto na crise, líderes dos países-membros da aliança atribuíram ao Kremlin uma "influência desestabilizadora" na região. Rasmussen pediu à Rússia para recuar do confronto e tomar o caminho da paz. Ele apelou à Rússia para que "retire suas tropas da Ucrânia e interrompa o fluxo de armas, soldados e fundos aos separatistas" e "ponha fim à anexação autodeclarada e ilegal da Crimeia".

O secretário-geral explicou, ainda, que o fornecimento de armas à Ucrânia não é da alçada da Otan. "A aliança militar, como tal, não fornece armas, porque não possui armamento." Portanto, a decisão sobre o fornecimento de armamento cabe exclusivamente aos Estados. A Alemanha, por exemplo, recusa o envio de armas, mas fornece equipamentos de proteção às tropas ucranianas.

Já a França, após a suspensão da entrega de um navio porta-helicópteros às Forças Armadas russas, comunicada na quarta-feira, reiterou que o negócio será concluído apenas sob duas condições: cessar-fogo na Ucrânia e um acordo político para resolver o conflito. Segundo avaliação da Otan, cerca de 20 mil soldados russos foram mobilizados para a região da fronteira com a Ucrânia.

Perspectivas de trégua e sanções dos EUA

Horas antes do início da cúpula, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, se reuniu com seu homólogo americano, Barack Obama, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e outros líderes da Otan. Poroshenko os informou sobre os últimos desdobramentos em seu país e sobre suas conversas com o chefe de Estado russo, Vladimir Putin. Além disso, o presidente da Ucrânia anunciou que vai ordenar uma trégua para o Exército, na sexta-feira, sob a condição de que esteja assinado um plano para solução pacífica do conflito. Os separatistas pró-Moscou, inclusive, já se mostraram dispostos para um cessar-fogo.

Antes mesmo de uma resposta russa, os Estados Unidos anunciaram que estão preparando uma nova rodada de sanções econômicas contra Moscou. "O ponto-chave é que a Rússia precisa continuar arcando com os custos da escalada [que provoca]", comentou o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, sem mencionar quais seriam os setores comerciais em vista.

Frank-Walter Steinmeier, ministro das Relações Exteriores da Alemanha, mostrou-se otimista com a solução da crise no leste ucraniano. Segundo ele, Poroshenko está "cautelosamente confiante" de que agora começou uma fase de negociações sérias, "cujos primeiros resultados talvez já possam ser vistos no decorrer de semana".

O avanço do "Estado Islâmico" (EI) no norte do Iraque também está na pauta da cúpula que vai até a sexta-feira. "Caso o governo iraquiano peça por ajuda à Otan, tenho certeza que os aliados vão analisar cuidadosamente", avaliou Rasmussen. Até o momento, não houve um pedido de Bagdá. Mas, de acordo com o jornal inglês Times,Obama e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, estariam buscando uma aliança internacional, também fora da Otan, para atacar os jihadistas do EI.

PV/rtr/dpa