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OTAN e Rússia tornam-se aliadas em Reykjavik

(am)14 de maio de 2002

Os ministros de Relações Exteriores dos 19 países da OTAN e seu colega de pasta da Rússia estão reunidos na capital islandesa Reykjavik, numa conferência de caráter histórico.

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O ministro russo Igor Ivanov (esq.), com o secretário-geral da OTAN, George RobertsonFoto: AP

A assembléia de primavera dos ministros de Relações Exteriores da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) teve início nesta terça-feira (14/05) e prosseguirá na quarta-feira. Este ano, ela está sendo realizada na capital da Islândia, o menor entre os países membros da Aliança e que não dispõe nem mesmo de Forças Armadas próprias.

Apesar disto, o secretário-geral da OTAN, George Robertson, está convencido de que Reykjavik será, nestes dois dias, o palco das decisões mais importantes nos 53 anos de história da aliança militar: entre outras coisas, será criado um novo Conselho de Cooperação com a Rússia, destinado a estreitar as relações com Moscou e a terminar, de uma vez por todas, com quatro décadas de ódio e temor recíproco.

Encontro de cúpula

O acordo entre a OTAN e a Rússia deverá ser acertado em detalhes durante a conferência de Reykjavik. Sua assinatura ocorrerá dentro de duas semanas, em Roma, pelo presidente americano George W. Bush e seu colega russo Vladimir Putin, numa conferência de cúpula especial que reunirá os chefes de governo dos países da aliança transatlântica e da Rússia.

Depois de assinado o acordo, a Rússia passará a participar de quase todas as decisões da OTAN, em pé de igualdade com os países-membros. Somente em questões internas da aliança é que Moscou não terá direito a participar dos debates e decisões.

Combate ao terrorismo

As transformações na Organização do Tratado do Atlântico Norte são, no fundo, uma conseqüência dos atentados terroristas de 11 de setembro. Desde então, os Estados Unidos buscam maior cooperação com Moscou, no combate ao terrorismo internacional. Para o presidente russo Vladimir Putin, a nova fase de parceria com a OTAN é também uma legitimação frente aos militares russos, uma espécie de compensação para ajuda prestada aos americanos.

Por outro lado, a aliança militar necessita também da aquiescência russa para concretizar os planos de ampliação para o Leste Europeu, segundo a decisão tomada em Praga, em novembro do ano passado. As três repúblicas bálticas – Estônia, Lituânia e Letônia – passarão a integrar a OTAN, sendo as primeiras ex-repúblicas soviéticas a darem tal passo. Também este fato faz da assembléia de Reykjavik um acontecimento histórico.