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Otan cogita reação a ameaça nuclear russa

1 de setembro de 2017

Segundo imprensa alemã, aliança planeja possíveis respostas caso Rússia infrinja tratado de desarmamento atômico fechado com EUA. Washington e Moscou acusam-se mutuamente de violar acordo.

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Mísseis nucleares soviéticos são desativados sob supervisão de especialistas americanos em 1989
Mísseis nucleares soviéticos são desativados sob supervisão de especialistas americanos em 1989Foto: picture-alliance/akg

A Otan está cogitando uma expansão de seu arsenal de dissuasão nuclear por causa da Rússia, noticiou a imprensa alemã nesta sexta-feira (01/09). A proposta consta num total de 39 opções listadas em um documento estratégico até então secreto, citado pelo jornal Süddeutsche Zeitung e pelas emissoras WDR e NDR.

O documento teria sido enviado aos Estados membros da Aliança. No texto, a Otan avalia possíveis reações para o caso de a Rússia desrespeitar um acordo de desarmamento sobre mísseis nucleares de médio alcance.

O chamado Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês) firmado em 1987 pelos EUA e a União Soviética é considerado um marco da política internacional de desarmamento nuclear. Ele proíbe, entre outras coisas, a produção e posse de mísseis nucleares terrestres com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros. Há tempos, os EUA acusam a Rússia de não respeitar o acordo.

De negociações a ataque aéreo

O documento da Otan citado pela imprensa alemã recomenda amplas ofertas de negociações à Rússia. No entanto, também há recomendações para instalar mais sistemas de alerta, fortalecer a defesa submarina e empregar bombardeiros B-2 e B-52 mais frequentemente na Europa. Também são citadas ideias para aumentar a prontidão operacional das frotas europeias aptas a lançar bombas atômicas.

Presidente dos EUA, Reagan, e líder soviético, Gorbachev, brindam em 1987 após assinatura do tratado INF
Presidente dos EUA, Reagan, e líder soviético, Gorbachev, brindam em 1987 após assinatura do tratado INFFoto: picture-alliance/dpa

Um porta-voz da Otan não quis confirmar a existência do documento nem dizer quem o poderia ter criado. Ele apenas confirmou que já havia discussões formais dentro da Aliança sobre o cumprimento do tratado INF e possíveis implicações de política de segurança para a Otan.

Também não se sabe se as acusações dos EUA contra a Rússia são apoiadas por todos os outros 28 países-membros da Aliança. O porta-voz da Otan afirmou que essa questão deve ser respondida pelos respectivos governos, o que sugere que pode não existir uma clara unidade dentro da Otan sobre o assunto.

Uma reação da Aliança a possíveis violações do acordo também exigiria uma decisão por consenso. A Rússia, por sua vez, também acusa os EUA de violarem o INF.

MD/dpa/ots