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Oposição acusa governo de nacionalismo

sm22 de setembro de 2004

A iniciativa alemã de se unir ao Brasil, Japão e Índia para pleitear uma cadeira permanente do Conselho de Segurança da ONU foi criticada pela oposição conservadora como "política de renacionalização".

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Singh, Koizumi, Lula e Fischer em Nova YorkFoto: AP

O ex-presidente da União Democrata Cristã (CDU), Wolfgang Schäuble, declarou que o empenho do governo social-democrata e verde em conquistar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU seria uma mostra de nacionalismo de esquerda. "Trata-se de uma continuação do 'caminho alemão' e da postura de que só em Berlim se decide sobre política alemã", declarou Schäuble ao Financial Times Deutschland.

"Renacionalização" – O político social-democrata acusou o governo de uma "renacionalização da política externa alemã", tocando em um tabu histórico. Além disso, Schäuble criticou o chanceler federal, Gerhard Schröder, e o ministro do Exterior, Joschka Fischer, alegando que ambos não esclareceram direito à população quais seriam as conseqüências de uma vaga permanente no Conselho de Segurança.

"Pensamento antiquado" – A oposição democrata-cristã defende um status de membro permanente para a União Européia no conselho. O presidente do Partido Liberal, Guido Westerwelle, por sua vez, considera um erro o governo alemão ter desistido de pleitear para a Europa a permanência no conselho. A coalizão social-democrata e verde, no entanto, considera uma vaga permanente para a Europa uma ilusão em médio prazo.

Razões eleitoreiras – Schäuble qualificou a postura do governo como "modo de pensar antiquado". Ele acredita que a Alemanha dificilmente tem chances de conquistar uma vaga permanente no conselho e acusou o governo de estar apenas querendo lucrar politicamente e aumentar seu prestígio junto à população.

Governo na defensiva – Joschka Fischer refutou as críticas, alegando que elas não correspondem à realidade, e repudiou as acusações de nacionalismo. O político verde lembrou que o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, havia pedido para os países-membros expressarem suas reivindicações.

Candidatura legítima – Anteriormente, o ministro Joschka Fischer havia se encontrado com os chefes de governo do Brasil, Índia e Japão para acertar uma proposta de reforma estrutural da ONU. Uma declaração divulgada nesta terça-feira (21), resultante de um encontro paralelo à assembléia geral da organização, afirma que "o Brasil, a Alemanha, a Índia e o Japão estão absolutamente convictos de serem candidatos legítimos a membros permanentes do Conselho de Segurança e que apóiam reciprocamente suas respectivas candidaturas".

Condizente com o presente – Os quatro países justificaram sua declaração, exigindo que o conselho passe a espelhar as realidades dentro da comunidade internacional no século 21. Da declaração comum consta que o grêmio superior da ONU deve contar com a presença permanente de "países dotados do desejo e da capacidade de assumir um papel de destaque na manutenção da paz no mundo e da segurança internacional".