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Oposição espanhola ameaça Rajoy com moção de censura

16 de julho de 2013

Escândalo de caixa dois no partido do governo ganha contornos mais graves após admissão de culpa de ex-tesoureiro Luis Bárcenas. Líder socialista exige comparecimento do primeiro-ministro diante do Congresso.

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Foto: Getty Images

O chefe do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Alfredo Pérez Rubalcaba, anunciou nesta terça-feira (16/07) que apresentará moção de censura contra o presidente do governo (primeiro-ministro) Mariano Rajoy caso ele siga se recusando a comparecer diante do Parlamento.

A oposição espanhola exige explicações sobre o financiamento supostamente irregular do Partido Popular (PP), de Rajoy. "Não quero substituir o presidente [do governo], sei que não temos deputados suficientes, o que quero é que ele venha a esta câmara", explicou Rubalcaba, acrescentando que repetirá a petição pela oitava vez. A solicitação deverá ser examinada em 24 de julho pelo órgão competente no Parlamento.

Embora o governo possua maioria absoluta no Parlamento, o que impediria o sucesso de uma eventual moção, o PSOE poderia contar com o apoio de quase todos os partidos de oposição, o que acentuaria a sensação de isolamento de Rajoy, como ressaltou o líder socialista.

Pressão crescente

O escândalo de caixa dois na Espanha foi desencadeado pelo ex-tesoureiro do PP Luis Bárcenas, em prisão preventiva desde 27 de junho. Nesta segunda-feira, ele admitiu à Justiça espanhola que a formação conservadora teria se financiado de forma ilegal durante 20 anos, além de, clandestinamente, pagar adicionais aos membros de sua cúpula, inclusive a Rajoy.

Bárcenas entregou documentação comprometedora ao juiz que investiga a suposta prática de contabilidade paralela entre 1990 e 2008. Foi a primeira vez que o tesoureiro confirmou oficialmente as alegações feitas desde janeiro pela imprensa espanhola, e que o PP segue negando. O caso tem abalado fortemente o partido e o governo.

Alfredo Perez Rubalcaba
Alfredo Rubalcaba, líder socialista-operárioFoto: picture-alliance/dpa

Sob pressão crescente, Rajoy declarou no mesmo dia que não se deixaria chantagear por Bárcenas. Esta foi sua primeira declaração à imprensa desde que foram divulgadas as mensagens que ele teria trocado com o ex-tesoureiro e gerente do partido durante 20 anos. As últimas mensagens datam de março, ou seja, dois meses depois de ter sido revelada a prática de caixa dois em sua legenda.

Dentro do Partido Popular cresce o sentimento que o chefe de governo está perdendo credibilidade entre os eleitores, especialmente necessária num momento em que a Espanha enfrenta alto desemprego e duras medidas de austeridade para conter o déficit público.

AV/dpa/rtr