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Oposição conservadora vence eleições na Austrália

7 de setembro de 2013

Após seis anos no poder, trabalhistas do premiê Kevin Rudd perdem eleições para liberais, liderados por Tony Abbott, que deve se tornar novo primeiro-ministro. Fundador do Wikileaks, Julian Assange, concorre ao Senado.

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Foto: picture-alliance/dpa

O líder conservador Tony Abbott prometeu realizar um governo "honesto e competente" logo após ser confirmado, neste sábado (07/09), como vencedor das eleições gerais na Austrália. A vitória de Abbott marca o fim de seis anos do governo sob o comando do Partido Trabalhista.

"A partir de agora, eu declaro que a Austrália está sob nova administração e novamente aberta aos negócios", afirmou Abbott a apoiadores, em Sydney, comemorando a conquista nas urnas. O líder do Partido Liberal prometeu ainda restaurar a estabilidade política do país, reduzir taxas, cortar gastos do governo e aumentar o controle nas fronteiras, mandando de volta refugiados que chegam de barco, principalmente pela costa noroeste.

Abott deverá comandar uma economia de 1,4 trilhão de dólares exatamente no momento em que ela se ajusta no fim de um prolongado boom de investimentos em mineração, alimentado pela demanda chinesa pelos abundantes recursos minerais da Austrália.

Insatisfação com governo

Para observadores, a derrota dos trabalhistas neste sábado revela a insatisfação da população com as turbulências vividas do atual governo, desde 2010 nas mãos de Kevin Rudd, e com a incapacidade de otimizar os benefícios trazidos por anos seguidos de crescimento econômico. Este foi o pior resultado alcançado pelos trabalhistas desde 2004 – quando o então primeiro-ministro conservador, John Howard, conquistou seu quarto e último mandato.

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Resultado das urnas mostra insatisfação popular com o governo do trabalhista Kevin RuddFoto: AFP/Getty Images/Greg Wood

Mesmo assim, o resultado não parece ser tão ruim quanto os dirigentes do partido esperavam. Com mais de 90% dos votos apurados, as projeções dos resultados oficiais previam para os trabalhistas 54 das 150 cadeiras do Parlamento australiano e 91 assentos para os conservadores. Outros partidos menores dividirão os lugares restantes.

Rudd havia sido primeiro-ministro entre 2007 e 2010, quando cedeu lugar a Julia Gillard, primeira mulher a comandar a Austrália. Ele voltaria ao poder em junho de 2013, em uma jogada do partido para tentar permanecer no poder após as eleições de setembro.

Ironman no poder

O futuro primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, 55 anos, se encaixa no estereótipo do típico australiano: frequentador de praia, ele anda bronzeado e gosta de churrascos ao ar livre. Há três anos, ele concorreu na modalidade esportiva Ironman, nadando 3,8 km, pedalando outros 180 quilômetros e correndo uma maratona de 42 quilômetros – tudo em menos de 14 horas.

Ex-boxeador e ex-seminarista, Abbott estudava na Universidade de Sydney quando ganhou financiamento do Rhodes Scholarship para completar seus estudos em política e direito na Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Durante sua campanha eleitoral, ele recebeu apoio do magnata das comunicações Rupert Murdoch e de seus jornais australianos, que incentivaram os leitores a rejeitar o novo governo sob o comando de Kevin Rudd.

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Exilado na embaixada do Equador em Londres, Julian Assange fez campanha pela internetFoto: Peter Macdiarmid/Getty Images

Assange para senador

Entre os mais de mil candidatos que concorreram nestas eleições da Austrália estava o fundador do Wikileaks, Julian Assange, exilado na embaixada do Equador em Londres há mais de um ano. Ele disputou uma vaga no Senado pelo Partido Wikileaks.

Responsável pela publicação de documentos secretos americanos no site Wikileaks, Assange, 42 anos, fez campanha pela internet e teve suas entrevistas concedidas na embaixada transmitidas na Austrália.

MSB/rtr/dpa/afp