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Opinião: Polônia opta pela mudança

Bartosz Dudek (ca)25 de maio de 2015

O novo presidente polonês, Andrzej Duda, poderá se distanciar de seu mentor Jaroslaw Kaczynski? Se ele não puder, sua eleição será um sinal negativo para a Alemanha e Europa, opina o articulista Bartosz Dudek.

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Dudek Bartosz é chefe da redação polonesa da Deutsche Welle

No primeiro turno da eleição presidencial polonesa, já havia ficado claro que o atual presidente, Bronislaw Komorowski, até recentemente o político mais popular da Polônia, estava diante de um sério rival. Agora, Andrzej Duda, um novato, alcançou realmente o que almejava: ele venceu o segundo turno com 52% dos votos.

Komorowski, levado à letargia por seus antigos números nas pesquisas eleitorais, avaliou de forma errônea o clima político do país. Seu estilo de estadista representa um forte contraste diante do "candidato do povo" Duda.

Particularmente os eleitores jovens desejavam a mudança. Abalados pelo alto desemprego e pela falta de oportunidades, eles deram os seus votos para o jovem político de 42 anos, em quem depositam as suas esperanças.

A vitória de Duda foi, antes de tudo, um cartão amarelo para a liberal Plataforma Civil, lar político de Komorowski e que está à frente do governo desde 2007. A derrota de Komorowski pode ser um presságio da vitória da ala nacionalista-conservadora nas eleições parlamentares no segundo semestre deste ano.

A eleição de Duda pode vir a ter um impacto negativo sobre a Europa e, em particular, sobre as relações teuto-polonesas. Isso se deve ao fato de Duda ter sido escolhido pelo líder do Partido da Lei e Justiça, Jaroslaw Kaczynski. Desconhecido até recentemente, Andrzej Duda representava o partido de Kaczynski no Parlamento Europeu.

O período de Kaczynski como primeiro-ministro, de 2005 a 2007, é visto como um ponto baixo nas relações entre a Alemanha e a Polônia, na recente história entre as duas nações.

Naquela época, a posição intransigente em torno de questões europeias e as duras críticas frente à Rússia fizeram da Polônia a criança-problema da comunidade internacional. O fato de Duda dar ou não prosseguimento a tais políticas vai depender de sua vontade e habilidade de agir independentemente de seu mentor.

Na Polônia, o cargo de presidente é mais do que meramente representativo. Ele realmente tem um peso, particularmente na política externa e de defesa, como também tem o poder de vetar leis.

Uma Polônia instável em termos de política interna e pouco confiável em assuntos de política externa poderia complicar ainda mais uma situação internacional já tensa. Tal cenário pode ficar ainda mais perto da realidade com as eleições parlamentares no segundo semestre.