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ONU pede US$ 275 milhões para ajuda humanitária no Iêmen

17 de abril de 2015

Nações Unidas calculam que cerca de 150 mil foram desalojados pelos conflitos no país. Maior parte do valor deve ser destinada à ajuda alimentar para 2,6 milhões de pessoas.

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Foto: AFP/Getty Images/M. Huwais

A ONU lançou nesta sexta-feira (17/04) um apelo por recursos financeiros no valor de quase 275 milhões de dólares para viabilizar a ajuda humanitária no Iêmen pelos próximos três meses.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês), citando informações de fontes locais, afirma que cerca de 150 mil pessoas foram desalojadas em razão dos conflitos que assolam o país, número 50% maior do que as estimativas anteriores da ONU.

"Milhares de famílias tiveram que abandonar suas casas em razão dos combates e dos ataques aéreos", afirmou o coordenador da ajuda humanitária da ONU no Iêmen, Johannes Van Der Klaauw, ressaltando que a população enfrenta dificuldades para ter acesso a cuidados médicos, água, alimentos e combustível.

O conflito no Iêmen danificou ou destruiu ao menos cinco hospitais, 15 escolas e os três principais aeroportos do país, além de duas pontes e fábricas, mercados, usinas de energia e instalações de saneamento, afirmou a agência. "Os serviços de abastecimento de água para um milhão de pessoas estão sob grave risco de colapso", alertou o Ocha.

Segundo o órgão, os serviços médicos no Iêmen registraram 767 mortes entre 19 de março e 13 de abril. "Os hospitais estão sobrecarregados, incluindo vítimas diretas da violência e muitas pessoas com queimaduras causadas por explosões", afirmou.

Antes mesmo do agravamento dos conflitos, a ONU já calculava que 61% da população iemenita necessitava de algum tipo de ajuda humanitária. A maior parte do valor de 273,7 milhões de dólares pedido pela ONU deverá ser destinada à ajuda alimentar para 2,6 milhões de pessoas. Estima-se que cerca de 100 mil toneladas de alimentos sejam necessárias todos os meses, mas o Programa Alimentar Mundial (PAM) alerta que os estoques atuais são de apenas 37 mil toneladas.

Na quinta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu um cessar-fogo imediato no Iêmen, alertando que o país está "em chamas". As declarações foram feitas após a renúncia do enviado da ONU ao Iêmen, o diplomata marroquino Jamal Benomar, que perdeu a confiança da Arábia Saudita e seus aliados, países que lutam contra os rebeldes xiitas houthi.

O secretário-geral disse que a organização busca um novo enviado, que possa assumir imediatamente o cargo para encontrar uma solução política para o conflito.

Nesta terça-feira, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que impõe um embargo ao comércio de armas com os houthi e exige a retirada dos rebeldes dos territórios ocupados.

RC/rtr/afp/lusa