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ONGs cobram coerência do governo na ajuda ao desenvolvimento

Laís Kalka23 de novembro de 2001

Apresentado em Berlim nono relatório conjunto da Ação Agrária Alemã e Terre des Hommes.

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A despeito das críticas ao governo, a ministra Wieczorek-Zeul foi elogiada por sua atuaçãoFoto: AP

As organizações de ajuda humanitária Ação Agrária Alemã e Terre des Hommes constataram, em seu nono relatório conjunto sobre a "Realidade da Ajuda ao Desenvolvimento", apresentado nesta quinta-feira, em Berlim, uma "enorme discrepância entre a retórica e a realidade" na política desenvolvimentista do governo.

Peter Mucke, diretor da Terre des Hommes, criticou que o empenho do Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento no sentido de conferir uma coerência à política desenvolvimentista colide com muita freqüência com os interesses dos ministérios da Agricultura, Finanças e Economia.

Ele elogiou expressamente a atuação da ministra Heidemarie Wieczorek-Zeul (Partido Social Democrático), ressaltando seu empenho em prol do perdão das dívidas dos países mais pobres e por uma estratégia de desenvolvimento sustentável.

Meta distante

— As duas organizações censuraram o fato de a Alemanha ter reservado, no ano passado, apenas 0,27% de seu Produto Interno Bruto para a ajuda ao desenvolvimento, distanciando-se da média de 0,33% dos países europeus. Vinte anos atrás, a contribuição da Alemanha correspondia a 0,48% do PIB. Segundo a meta estabelecida na Eco 92, no Rio de Janeiro, os países industrializados deveriam dedicar 0,7% de seu PIB para essa finalidade, cota só alcançada pela Holanda e os países escandinavos.

O secretário-geral da Ação Agrária Alemã, Volker Hausmann, ressaltou que 60% dos miseráveis do mundo vivem em regiões rurais. Daí ser "especialmente lamentável que a ajuda destinada à agricultura, a principal fonte de renda da população rural, tenha sido reduzida em dois terços de dez anos para cá". Hausmann cobrou do governo alemão e de organizações internacionais um direcionamento claro da ajuda para as regiões rurais, a única forma de "controlar e reduzir consideravelmente a pobreza".