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ONG exibe campo de refugiados na Alemanha

Marion Andrea Strüssmann4 de junho de 2002

Médicos Sem Fronteira, uma ONG internacional voltada à ajuda médica voluntária, apresenta uma exposição itinerante sobre o cotidiano dos refugiados no mundo.

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Mãe e filho, refugiados curdos em busca de um novo larFoto: AP

O objetivo da mostra inaugurada nesta terça-feira (04/06) é chamar a atenção da população para a dramática situação dos excluídos. Estima-se que atualmente pelo menos 39 milhões de pessoas em todo o mundo estejam fugindo da fome, da guerra e da perseguição, segundo informou a organização sem fins lucrativos Médicos Sem Fronteira, atuante em mais de 80 países.

O centro da cidade de Essen, localizada no estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália, foi ocupado por barracas que reproduzem com fidelidade o local onde refugiados costumam viver durante anos. Lá se encontra, por exemplo, uma latrina que normalmente é usada por milhares de pessoas diariamente.

Os médicos exibem ainda slides e vídeos sobre o trabalho que desenvolvem nesses campos precários, incluindo o tratamento prestado às vítimas de cólera e às crianças subnutridas. A ONG promove também visitas guiadas pela exposição de mil metros quadrados.

Visão terrível -

O trabalho da Médicos Sem Fronteiras é árduo e continua intenso desde sua fundação, em 1971. Em abril deste ano, com o fim da guerra civil em Angola, a ONG conseguiu entrar na região que durante três anos não recebeu qualquer auxílio externo. "Os relatos diários de nossa equipe que se encontra no local são tenebrosos", revelou o médico Peter Tienemann.

Milhares de pessoas se encontram num estado de saúde precário. Os profissionais estão atendendo cerca de 3900 crianças e adultos em 23 centros de recuperação montados em Angola.

Falta de apoio -

"Este país é apenas um exemplo do sofrimento dos excluídos", frisou Tienemann, lembrando que existem diversos outros pontos no mundo onde a situação também é crítica, especialmente em regiões de conflito e onde reina a pobreza.

Parte da população que fugiu do Afeganistão encontrou abrigo no Paquistão. Isso não significa, entretanto, que estejam vivendo bem. "A maioria dos países que acolhem os excluídos são pobres, como Bangladesh, Quênia e Paquistão, e, para piorar, não recebem qualquer tipo de ajuda da comunidade internacional."

Patrono -

O apresentador de TV Jörg Pilawa, bastante popular na Alemanha, é o patrono desta exposição. Desde que conheceu um campo de refugiados palestinos na Faixa de Gaza, há quinze anos, ele luta pelo bem-estar dos excluídos.

Durante a abertura da mostra em Essen, Pilawa descreveu a situação que ele próprio presenciou na época de sua visita a Israel: "As pessoas contavam com apenas duas horas de luz elétrica por dia, não dispunham de água potável e tampouco de privacidade. Eu conheci uma família de doze pessoas que compartilhava um pequeno cubículo". O apresentador garantiu que esta experiência foi extremamente marcante e que o preocupa até hoje.

Itinerante -

A mostra itinerante de forte cunho social poderá ser visitada em três cidades alemãs. Até o dia 8 de junho ela fica acampada em Essen, depois vai para Hanôver (17-21 de junho) e a seguir estará em Frankfurt (24-28 de junho).