ONG alemã envia medicamentos a refugiados

Aterrorizadas com a possibilidade de Saddam Hussein utilizar armas químicas, milhões de pessoas abandonam as cidades e instalam-se nos territórios montanhosos ao norte do Iraque, na fronteira com a Turquia. "Para esses fugitivos, que não possuem nem um teto sobre suas cabeças, a situação piorou dramaticamente. Precisamos de barracas, cobertores e medicamentos", alerta Nirz Miran, ex-diretor do Ministério curdo da Saúde no país. "3,5 milhões de pessoas temem por suas vidas no norte do Iraque", completa Miran.

A Action Medeor trabalha a todo vapor. Um carregamento com 50 barracas, capazes de abrigar de 10 a 15 pessoas cada uma, cobertores, medicamentos e material de primeiros-socorros está sendo preparado e deve chegar em 48 horas a seu destino. Entre outros, estão sendo transportados analgésicos, antibióticos, remédios contra diarréia e malária, gazes e pomadas para queimadura, com os quais é possível assegurar a sobrevivência de até 10 mil pessoas durante três meses.

Embargo –

Em conseqüência das sanções das Nações Unidas, a qualidade de vida no Iraque caiu drasticamente desde a primeira guerra do Golfo em 1991. Cerca de dois terços da população dependem do auxílio do programa "Óleo por comida" para sobreviver. Especialmente a população rural vive em difíceis condições sociais e econômicas e uma guerra pioraria ainda mais a situação.

Antes da primeira Guerra do Golfo, o Iraque registrava um nível de vida relativamente alto, com uma vasta classe média, acesso à água potável e instalações sanitárias, bom nível de educação e baixa mortalidade infantil. Hoje, os sistemas de saúde e educação mal funcionam e o número de crianças desnutridas subiu de 18,7%, após a guerra em 1991, para 30% no ano de 2000. Crianças sofrem 300 vezes mais de diarréia (a média registrada é de 14 vezes ao ano).

Action Medeor –

Fundada em 1964 em Tönisvorst, no estado alemão do Baixo Reno, a organização não-governamental Action Medeor presta auxílio medicinal a cerca de 140 países em desenvolvimento, inclusive ao Brasil. Anualmente, cerca de 40 mil pacotes saem de seu depósito (com capacidade para até 300 mil vidros de remédio) com destino a dez mil estações de saúde e nove mil programas de ajuda humanitária em todo o mundo.