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Olmert em Berlim

11 de fevereiro de 2008

Durante visita à Alemanha, primeiro-ministro Ehud Olmert se reunirá com a chanceler federal Angela Merkel para pedir o endurecimento das sanções comerciais impostas ao governo de Teerã.

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Visita ao Museu Judaico é o primeiro compromisso da agenda de Olmert em BerlimFoto: AP

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, iniciou na noite deste domingo (10/02) sua segunda visita à Alemanha em 14 meses. Os principais assuntos na agenda de Olmert são o endurecimento das sanções comerciais contra o Irã, o processo de paz no Oriente Médio e a preparação das primeiras consultas bilaterais entre Alemanha e Israel, previstas para meados de março.

Na noite desta segunda-feira, Olmert tem um encontro informal com a chanceler federal Angela Merkel. À tarde, ele visitou o Museu Judaico em Berlim. A agenda oficial do primeiro-ministro israelense começa na terça-feira e prevê um novo encontro com Merkel, além de reuniões com o presidente Horst Köhler e com o presidente do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão), Norbert Lammert.

Bom para a China e a Rússia

A Alemanha é o principal parceiro comercial do Irã na União Européia. Em 2007, as exportações alemãs para o país islâmico somaram cerca de 3 bilhões de euros. A empresa alemã de energia RWE participa do projeto de um pipeline que deverá transportar gás do Irã para a Europa.

Se dependesse de Israel, as sanções alemãs contra o Irã, hoje moderadas, seriam endurecidas. O governo israelense avalia que Merkel compartilha da sua opinião sobre a periculosidade do governo iraniano, mas não sabe se a Alemanha estaria disposta a colocar em segundo plano seus interesses econômicos no Irã.

Analistas econômicos alemães prevêem que, caso a Alemanha se retire do Irã, abrirá caminho para a China e a Rússia. Se sanções mais rígidas contra o Irã forem adotadas apenas pelos países ocidentais, elas não alcançarão os seus objetivos e os maiores prejudicados serão os próprios países ocidentais, afirmam esses analistas.

Iran Jahrestag der Revolution Präsident Mahmoud Ahmadinedschad
Presidente Ahmadinejad: ameaça à existência de IsraelFoto: AP

Mas Merkel já reiterou várias vezes que o processo de paz no Oriente Médio e a segurança de Israel são prioridades da política externa alemã. "A Alemanha e a União Européia farão tudo o que puderem para acompanhar e apoiar esse processo de paz", voltou a afirmar a chanceler esta semana no seu podcast.

O objetivo continua sendo a manutenção da segurança e da estabilidade de Israel e a criação de um Estado palestino que possa viver em paz com seus vizinhos, lembrou a chanceler federal.

Prestígio alemão em risco

As relações entre Alemanha e Israel passam por um dos melhores momentos dos seus 43 anos de história e devem se tornar ainda mais estreitas este ano. Para meados de março, estão previstas as primeiras consultas bilaterais entre os governos alemão e israelense. As reuniões farão parte das comemorações pelos 60 anos da criação do Estado de Israel.

A Alemanha mantém encontros semelhantes com outros países europeus, mas não há nada parecido com países fora da Europa e muito menos de regiões em crise, como o Oriente Médio. O gesto pode melhorar as relações entre Alemanha e Israel, mas pode também lançar dúvidas entre os outros países do Oriente Médio sobre o papel que a Alemanha desempenha na região.

O governo alemão pode colocar em risco seu prestígio entre os países árabes, o qual se baseia principalmente na percepção de que a Alemanha busca com seriedade encontrar uma solução para o conflito no Oriente Médio, mas também na percepção de que a Alemanha e a União Européia desempenham papéis secundários na região se comparadas aos Estados Unidos.

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Motivo de polêmicas: patrulhas da Marinha alemã na costa libanesaFoto: AP

Uma posição ativa na região só foi assumida pela Alemanha depois da guerra de Israel contra o grupo islâmico libanês Hisbolá, em 2006. Desde o final do conflito, a Marinha alemã patrulha a costa libanesa para evitar o contrabando de armas para o Hisbolá.

A participação alemã foi antecedida de discussões nos meios políticos alemães, pois havia o temor de combates entre soldados alemães e israelenses. À época, o próprio Olmert dissipou essas dúvidas ao saudar o engajamento da Marinha alemã na região. (as)