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Crise no Oriente Médio

Agências (ca)11 de janeiro de 2009

Após encontro com ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, sua colega de pasta israelense, Tzipi Livni, agradeceu a ajuda alemã e afirmou que caberá somente a Israel decidir sobre o fim da ofensiva.

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Tzipi Livni afirmou que caberá somente a Israel decidir fim da ofensiva militarFoto: AP

Após reunir-se neste domingo (11/01) com o ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, a ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, agradeceu a oferta de ajuda alemã para melhorar o controle da fronteira com a Faixa de Gaza.

Na entrevista coletiva realizada com Livni, Steinmeier reiterou seu apoio à resolução da ONU que exige um cessar-fogo imediato e duradouro entre Israel e o Hamas.

Livni afirmou, no entanto, que cabe somente a Israel decidir quando a ofensiva militar iniciada há 16 dias acabará. "Nós decidimos quando termina a guerra, não a comunidade internacional", salientou a ministra em alusão à resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Segundo Livni, Israel não pode permitir que o Hamas bombardeie o país com foguetes. "O Hamas entendeu o nosso recado. Israel não aceitará a situação como ela era anteriormente", afirmou.

O ministro alemão do Exterior também se encontrou com o presidente israelense, Shimon Peres. O chefe de Estado israelense garantiu a Steinmeier que a intenção de seu país não é reconquistar a Faixa de Gaza. O objetivo de Israel também não seria derrubar o Hamas. Israel quer que cessem os ataques de foguetes palestinos.

Continuidade à ofensiva militar

Nahostreise Außenminister Frank-Walter Steinmeier in Ägypten mit Präsident Hosni Mubarak
Hosni Mubarak também saudou oferta de SteinmeierFoto: AP

Durante sua viagem ao Oriente Médio, o ministro alemão esteve na noite do último sábado na cidade fronteiriça de Rafah, na Faixa de Gaza. Em sua reunião com Livni, Steinmeier apontou sua preocupação com o crescente número de vítimas civis em Gaza. Segundo dados de autoridades de saúde da região, a ofensiva israelense na Faixa de Gaza, que começou em 27 de dezembro último, já provocou 878 mortes. Mais de 3.500 pessoas teriam sido feridas até a tarde deste domingo.

A pausa diária dos bombardeios anunciada por Israel para que a ajuda humanitária possa chegar às regiões atingidas e socorrer os feridos seria um passo importante, mas "somente um passo", disse Steinmeier.

Neste domingo, no entanto, o chefe de governo de Israel, Ehud Olmert, deixou a entender que seu país dará continuidade à ofensiva militar, mesmo que paralelamente esforços diplomáticos estejam sendo realizados.

Contribuição alemã para um cessar-fogo

Kassam Rakete Israel
Foguete Kassam em IsraelFoto: picture-alliance/ dpa

Em Israel, Steinmeier salientou que o governo alemão estaria consciente de que a ação militar de Israel "não teria caído do céu". Nenhum governo do mundo poderia reagir de forma indiferente a bombardeios como os praticados diariamente pelo Hamas. Isso seria mais um motivo para a comunidade internacional não deixar Israel sozinho. O bombardeamento diário de Israel com os foguetes Kassam deve ter um fim, afirmou Steinmeier.

O ministro reafirmou que a contribuição alemã para um cessar-fogo duradouro seria através da ajuda para um melhor controle da fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza. A intenção é coibir o contrabando de armas para o Hamas através da fronteira.

Ainda neste domingo, o vice-ministro August Hanning, do Ministério alemão do Interior, deverá ir ao Cairo para continuar as reuniões com os egípcios. Um grupo de especialistas da Polícia Federal alemã e de agentes alfandegários deverá seguir em breve, como afirmou Steinmeier após encontro com presidente egípcio, Hosni Mubarak, no último sábado.

Demora em visitar a região

O ministro alemão do Exterior, que também é o candidato do Partido Social Democrata para a eleição ao cargo de chefe de governo alemão, no final de 2009, finalizou sua viagem ao Oriente Médio neste domingo.

Respondendo à pergunta sobre uma eventual demora em visitar a região, Steinmeier afirmou que decidira fazer a viagem apenas quando a Alemanha estivesse em condições de prestar uma "contribuição concreta" para a paz. "Eu não posso dizer quanto ainda falta" até um verdadeiro cessar-fogo, afirmou. "Mas as contribuições de cada um poderiam apressar esse processo", explicou Steinmeier.