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Diploma contra desemprego

19 de setembro de 2007

Estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico demonstra que os riscos de desemprego se mantiveram constantes para quem possui formação universitária , porém aumentaram para os menos qualificados.

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Quanto mais alta a instrução, maiores as chances no mercado de trabalhoFoto: AP

Fica cada vez mais estreita a correspondência entre grau de instrução e sucesso no mercado de trabalho. Isto é o que demonstra o estudo Educação num golpe de olhos, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado nesta terça-feira (18/09). Quanto mais longa a participação no sistema de ensino, maior a probabilidade de encontrar emprego, e portanto mais elevadas as perspectivas salariais.

Deutschland OECD Bildungsbericht Annette Schavan und Angel Gurria
Ministra alemã da Educação, Annette Schavan (d), e secretário geral da OCDE, Angel GurriaFoto: AP

Em 2005, na Alemanha, a taxa de ocupação entre pessoas de 25 a 34 anos com formação universitária era de 83% (a média dos países-membros da OCDE era de 84%). Entre os que concluíram uma escola profissionalizante ou do sistema dual, a percentagem dos que encontram emprego foi de 78%. Para os que possuíam apenas o grau secundário mais básico (Hauptschule ou Realschule) completo ou não, a quota de emprego chegou a ser 30% inferior à dos graduados.

Observado da perspectiva inversa: apenas 5,3% destes últimos estavam desempregados em 2005 (a média da OCDE era de 3,9%), contra 6,9% dos que freqüentaram o sistema dual e 18,8% dos alunos da Hauptschule ou da Realschule (11% na média da OCDE).

Desnível crescente

Desde 1998 esses extremos se afastam cada vez mais. Para os universitários, o risco de desemprego após a conclusão do estudo manteve-se constante. Por outro lado, para os que não têm o Abitur (certificado de conclusão do segundo grau que dá acesso à universidade), este risco elevou-se consideravelmente.

Além disso, com o avançar da idade, o risco de ficar desempregado cresce para aqueles com formação profissionalizante dentro do sistema dual, o que entretanto não se aplica a quem possui nível superior.

Entre 1995 e 2004, a França, a Irlanda e a Coréia do Sul foram as nações onde o nível educacional cresceu mais rapidamente. Os índices de desemprego entre os menos qualificados nesses países ou se reduziram ou se mantiveram constantes.

Em contrapartida, a Alemanha, a República Tcheca e a Eslováquia só apresentaram uma pequena elevação do nível educacional. A tendência se fez acompanhar de um acréscimo do desemprego entre os menos qualificados.

Relação entre os sexos se inverte

Atualmente é maior a probabilidade de uma moça concluir o Abitur do que um rapaz, o que representa uma inversão do padrão tradicional. Somente na Coréia do Sul, na França e na Turquia a quota de conclusão do estudo secundário é maior para o sexo masculino. Na Eslovênia as quotas são idênticas para rapazes e moças.

Na Dinamarca, Alemanha, Noruega e Hungria em breve haverá mais engenheiros aposentado do que entraram no mercado de trabalho nos últimos anos. Os jovens são mais atraídos pelas áreas das ciências sociais, administração de empresas e direito. Quase um terço da população adulta conclui estudo numa dessas três áreas.

Dentro da OCDE, cerca de 57% dos jovens de 15 anos de idade almejam à formação universitária. Nos extremos deste valor médio se encontram, respectivamente, os sul-coreanos (95%) e os alemães (21%). Os indicadores demonstram que as expectativas de formação, nos diferentes países, dependem de fatores como desempenho individual, sexo, histórico sócio-econômico, assim como da presença ou não de um background de migração.

Notas baixas para a Alemanha

Nos 14 países da OCDE com grande população de imigrantes, o desnível do desempenho em Matemática entre os colegiais nascidos no exterior e seus coetâneos nativos é de 48 pontos. Isto corresponde a mais do que um ano letivo. Para a segunda geração, a distância continua sendo considerável: 40 pontos na escala estabelecida pelo instituto Pisa.

Neste aspecto as diferenças também são enormes, de país para país. Enquanto os alunos com background migratório apresentam uma defasagem mínima na Austrália, no Canadá e na Nova Zelândia, esta chega a até 90 pontos na Alemanha e na Bélgica, mesmo para a segunda geração.

Segundo o relatório Educação num golpe de olhos revela que, no tocante aos gastos com o ensino, a Alemanha está bem atrás da média da OCDE. Empregando apenas 4,3% do Produto Interno Bruto, ela ocupa o 21º lugar entre 28 países comparáveis. Este fato é, em parte, compensado pelos gastos privados acima da média, dentro do sistema dual de formação profissionalizante. (av)