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Obama ironiza carta aberta de republicanos sobre o Irã

10 de março de 2015

Presidente dos EUA fala em "coalizão incomum" entre republicanos e linhas-duras iranianos depois de 47 senadores advertirem que, sem aprovação do Congresso, acordo com o Irã pode ter vida curta.

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Obama recebeu Donald Tusk em WashingtonFoto: REUTERS/J. Ernst

Em carta aberta a líderes iranianos, 47 senadores republicanos advertiram, nesta segunda-feira (09/03), que qualquer acordo que o governo do presidente Barack Obama selar com o Irã para limitar o programa nuclear de Teerã pode ter vida curta, pois depende da aprovação do Congresso dos Estados Unidos.

Obama reagiu logo depois. "Acho que é um tanto irônico ver alguns membros do Congresso querendo unir forças com os linhas-duras no Irã", disse Obama. "É uma coalizão incomum", ironizou. "No que vamos nos focar agora é se podemos chegar a um acordo", continuou o presidente. "Se chegarmos, se o fizermos, então poderemos levar a questão ao povo americano."

Na carta aberta, o senador Tom Cotton e outros 46 republicanos disseram que, sem aprovação do Congresso, hoje dominado pelos republicanos, qualquer acordo entre os Estados Unidos e o Irã será meramente um compromisso entre o presidente americano e o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei.

"Em suas negociações nucleares com o nosso governo, notamos que, aparentemente, vocês não entendem o nosso sistema constitucional", diz o texto. "O próximo presidente pode revogar tal acordo executivo com uma simples assinatura. E Congressos futuros podem modificar os termos do acordo a qualquer momento".

Os Estados Unidos e outros países estão buscando um pacto que permitiria a potências ocidentais verificar se o Irã está, ou não, produzindo armas nucleares.

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que a carta aberta republicana interfere nas negociações com Teerã. "Eu descreveria essa carta como a continuação de uma estratégia partidária para minar a capacidade do presidente de conduzir política estrangeira e avançar com nossos interesses de segurança nacional em todo o mundo", afirmou Earnest. "A corrida para a guerra, ou ao menos a corrida para a opção militar, que muitos republicanos estão defendendo, não faz dos melhores interesses para os EUA."

"Este é um esforço cínico dos senadores republicanos para minar negociações internacionais sensíveis. Ele enfraquece os Estados Unidos e destaca as nossas divisões políticas para o resto do mundo", disse o senador democrata Dick Durbin, em comunicado. "Entendam que, se estas negociações falharem, uma resposta militar ao Irã se torna mais provável. Estes senadores republicanos deveriam pensar duas vezes se a sua manobra política vale a ameaça de uma nova guerra no Oriente Médio."

A carta aberta foi assinada por 47 dos 54 senadores republicanos. Entre os sete ausentes está o presidente da Comissão de Relações Exteriores, Bob Corker. As declarações de Obama foram dadas durante um encontro com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, em Washington.

PV/ap/dpa/afp