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"O tempo está contra nós", alerta Ban Ki-moon na Rio+20

20 de junho de 2012

Alto nível da Conferência da ONU começa com discurso de ativista de 17 anos e críticas da sociedade civil. Embaixador alemão no Brasil se diz otimista e acredita que Rio+20 deixará legado importante.

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UN Secretary-General Ban Ki-Moon (C) shakes hands with Brazil's President Dilma Rousseff (R) as Sha Zukang, secretary-general of the Rio +20 looks on at the opening of the Rio+20 United Nations sustainable development summit in Rio de Janeiro June 20, 2012. REUTERS/Sergio Moraes (BRAZIL - Tags: ENVIRONMENT POLITICS)
Foto: REUTERS

Brittany Trilford, de 17 anos, lembrou os 105 chefes de Estado no Rio de Janeiro: "Vocês têm 72 horas para decidir o nosso futuro". Na abertura da reunião de alto nível da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, nesta quarta-feira (20/06), a estudante neozelandesa, sucessora da canadense Severn Cullis-Suzuki, que "calou o mundo" na Eco 92, perguntou aos líderes mundiais: "Vocês estão aqui para fazer bonito ou para nos salvar?".

Ela discursou antes de Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, declarar aberta a reunião entre os líderes mundiais. O sul-coreano parabenizou o Brasil pelo trabalho prévio à chegada dos chefes de Estado e pediu empenho na construção de um "acordo histórico". "O tempo não está ao nosso lado", sublinhou.

Jovem neozelandesa Brittany Trilford foi a primeira a discursar
Jovem neozelandesa Brittany Trilford foi a primeira a discursarFoto: REUTERS

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que vai liderar os três dias de reunião no Rio de Janeiro, demonstrou otimismo sobre o resultado da Rio+20. "Não tenho dúvida que estaremos à altura dos desafios que a situação atual nos impõe."

Críticas na plenária

Mais uma vez, todos os representantes da sociedade civil criticaram o documento final que será negociado pelos governos. Diante dos chefes de Estado, eles apontaram falta de compromissos concretos e ausência de metas. O grupo de mulheres lembrou a retirada do termo "direitos reprodutivos" do texto, e o de jovens pediram mais seriedade na negociação final.

Da maneira como está, "O futuro que queremos", acordo que sairá da Rio+20, não cria metas de desenvolvimento sustentável, não transforma o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em agência das Nações Unidas e não explicita a criação de fundos para financiar ações sustentáveis nos paises mais pobres.

Em conversa com a DW Brasil, o embaixador da Alemanha no Brasil, Wilfried Grölig, disse que, apesar das criticas ao documento, é alta a expectativa de que Rio+20 deixe um grande legado. "Estamos indo da direção certa, de assumir compromissos políticos para promover uma transformação", comentou durante a sessão de abertura. "O Brasil não teve um papel fácil na reta final das negociações. E foi muito eficiente ao conseguir consenso no documento final."

Grölig acrescentou que a Alemanha dá exemplos de que a mudança rumo à sustentabilidade é palpável, mencionando a meta estipulada pelo país de até 2020 produzir parte significativa de sua energia a partir de fontes renováveis. O discurso da Alemanha no plenário, que deve ser feito pelo ministro de Meio Ambiente, Peter Altmaier, está programado para sexta-feira de manhã, último dia da Rio+20.

Rio de Janeiro patrulhado

A presidente brasileira vai se reunir com o líder francês recém-eleito, François Hollande, ainda nesta quarta-feira. Dilma Rousseff também terá encontros com os presidentes do Senegal, Macky Sall, e da Nigéria, Goodluck Jonathan.

Devido à presença dos 105 chefes de Estado, a segurança foi reforçada no Rio de Janeiro. Caminhões do Exército patrulham a região do Riocentro, que concentra os principais eventos, helicópteros fazem a vigilância do alto. A prefeitura da cidade declarou ponto facultativo nos três dias da reunião de alto nível na Rio+20 para evitar complicações no trânsito.

Autora; Nádia Pontes
Revisão: Augusto Valente