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O rei alemão do parafuso

(gv)26 de janeiro de 2006

Reinhold Würth transformou a companhia de venda de parafusos por atacado de seu pai em um gigante multinacional.

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Reinhold Würth diante da Galeria de Arte Würth, em Schwäbisch HallFoto: dpa

Hoje em dia, o sexto alemão mais rico da Alemanha está colhendo os frutos de seu trabalho colecionando arte e andando em sua motocicleta Harley-Davidson.

O Grupo Würth, que comercializa e distribui todos os tipos de parafusos, chaves de fenda e tubulações para água potável, é uma das maiores histórias de sucesso na Alemanha do pós-guerra.

A empresa com sede no Estado de Baden-Württemberg registrou um volume de vendas de 6,2 bilhões de euros em 2004 e emprega cerca de 47 mil pessoas em 81 países.

Muito deste sucesso pode ser atribuído a Reinhold Würth, que, mesmo sem ser o fundador da companhia, é o homem que transformou a empresa de uma pequena cidade provinciana em um império manufatureiro com mais de 340 empresas.

Parafusos e milagres econômicos

Isso tudo começou com alguns pinos e parafusos. Corria o ano de 1945, e grande parte da Alemanha estava em ruínas. Foi quando o pai de Reinhold Würth, Adolf, fundou sua companhia de parafusos. O jovem Reinhold começou como aprendiz. Quando Adolf morreu repentinamente de um ataque cardíaco em 1954, seu filho, então com 19 anos, assumiu o controle da fábrica.

Würth Produktion
Uma funcionária empacota produtosFoto: dpa

Muito cedo, Würth mostrou um acurado senso de negociante, conseguindo altas taxas de crescimento para a empresa. A época era apropriada. Muitas cidades precisavam ser reconstruídas após a guerra, e parafusos tinham uma grande demanda.

Würth concentrou-se em uma rede de pequenas oficinas e artesãos, e nunca dependeu só de alguns clientes de grandes indústrias, para evitar que fizessem pressão para reduzir os preços.

Würth foi o pioneiro em novas técnicas de administração. Ele descentralizou, por exemplo, a tomada de decisões. Würth é reconhecido como criador de um sentido de corporativismo que motivou os empregados e impulsionou os lucros.

Ele chegou a organizar viagens para a Suíça e o Caribe para os empregados mais destacados. A maior dessas “excursões com as famílias” incluiu 1600 pessoas, que foram para a França com tudo pago pela empresa.

Motos e arte moderna

Reinhold Würth
Reinhold WürthFoto: dpa

Em 1994, Würth retirou-se da administração operacional da companhia e assumiu o papel de consultor. Mas em vez de descansar, passou a se dedicar a duas paixões: arte e motocicletas.

Seu entusiasmo por arte começou nos anos 60, quando comprou uma aquarela de Emile Nolde. Hoje, ele tem uma coleção de 8 mil peças de arte moderna e contemporânea, incluindo trabalhos de Picasso, Max Beckmann, Munch e Christo.

Kunsthalle Würth in Schwäbisch Hall
A Galeria de Arte de WürthFoto: dpa

Em 1991, Würth, agora um dos mais importantes colecionadores de arte da Alemanha, abriu um museu no município de Künzelsau-Gaisbach, onde está localizada também a sede da companhia. Em maio de 2001, foi inaugurada a Galeria de Arte Würth em Schwäbisch Hall, tornando-se outro fórum de exibição para sua extensa coleção.

Quando não está comprando arte, Würth, de 70 anos, se diverte andando em sua amada Harley-Davidson. Ele também gosta de “ir para o céu” com suas duas aeronaves particulares.

Até o final de 2003, ele era catedrático na Universidade de Karlsruhe, onde ensinou noções básicas de organização empresarial. Nada mau para um homem que largou os estudos aos 14 anos de idade.