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O que restou do Muro

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Pedaços do Muro de Berlim, grafitados, vendidos como suvenir nos anos após a quedaFoto: AP

Em 19 de janeiro de 1989, o então chefe de partido e de governo da Alemanha Oriental, Erich Honecker, ainda afirmava que o Muro de Berlim permaneceria em pé por mais 50 ou 100 anos. Em 9 de novembro, o Muro deixava de dividir a cidade, a Alemanha e o mundo da Guerra Fria. Historicamente, foi o dia da "queda". De fato, ele começou a ser demolido em 13 de junho de 1990 e, no fim de 1991, já não havia mais quase sinal da obra que Honecker declarara eterna.

O governo comunista ainda tentou tirar proveito comercial do Muro. Em dezembro de 1989, a empresa exportadora da Alemanha Oriental Limex passou a negociar partes do colosso de concreto. Pelos trechos mais cobiçados, chegou a faturar 50 mil marcos. Os pedaços espalharam-se pelo planeta, vendidos ou dados como suvenir a estrangeiros por políticos e empresas alemãs, institutos culturais e pessoas comuns. O Parlamento alemão e a Prefeitura de Berlim chegaram a presentear três partes do Muro às Nações Unidas, para exposição em frente da sede da ONU, em Nova Iorque.

Nos Estados Unidos

, já há restos do Muro em vários lugares. No Freedom Park (Parque da Liberdade), em Washington, foram instaladas oito partes dele e uma torre de vigia ao lado de uma estátua derrubada de Lênin. Outros pedaços podem ser encontrados diante do Quartel-General da CIA, em Langley (Virgínia) e de várias universidades da Califórnia. As bibliotecas presidenciais de Richard Nixon, Ronald Reagen e George Bush igualmente possuem reminiscências do Muro em seus acervos.

Na internet, diversos sites garantem haver marcas da velha construção em pontos distantes na Terra, como na escola alemã da Cidade do México, e na Plaza Berlin na capital da Guatemala, assim como em Buenos Aires (Argentina), Camberra (Austrália), Jacarta (Indonésia), Trelleborg (Suécia) e Fátima (Portugal).

Em Berlim

, procurar é preciso. Junto ao Portão de Brandemburgo, o principal cartão postal da capital alemã, não há o menor sinal do Muro. Alguns paralelepípedos marcam pelo chão seu traçado no centro da cidade. Na Bernauer Strasse, um pedaço dele foi transformado em memorial. Outra parte pode ser vista no terreno da antiga Gestapo nazista, na Niederkirchner Strasse.

O trecho mais longo, superior a um quilômetro, ainda está de pé próximo à Estação Ferroviária Leste (Ostbahnhof). Pintado por artistas, o paredão foi transformado em galeria de arte. Duas torres de vigia igualmente ainda permanecem no Schlesichen Busch, no bairro de Treptow, e na Kieler Strasse, no centro.