O preço da inocência

A Federação Internacional de Atletismo (IAAF) recusou-se a um acordo com o Dieter Baumann no processo em que o corredor fundista pede indenização devido à sua punição por doping. A sessão de julgamento de quinta-feira chegou a ser interrompida pelo juiz Werner Müller, da 17ª Câmara Cível de Stuttgart, que pedira às partes que procurassem um acordo.

Baumann se daria satisfeito por uma sentença que o inocentasse do doping, ou seja, que ele mesmo não teria se dopado, ao menos intencionalmente. Em troca, o medalha de ouro dos 5000 metros na Olimpíada de Barcelona (1992) abriria mão de sua reivindicação de 350 mil euros de indenização.

Após telefonar com a sede da IAAF em Mônaco, o representante da federação deu sua resposta. "Não podemos concordar com uma declaração neste sentido", anunciou categórico Harald Kahlenberg.

Diante da recusa, o juiz Müller adiantou sua posição favorável à federação. "Trata-se de competência da IAAF impor uma suspensão", disse. Oficialmente, a sentença deverá sair apenas no dia 12 de abril.

Baumann está disposto a manter sua batalha em outras instâncias. "Não é porque minha suspensão acabou que vou me ajoelhar. Já deixei claro, que não quero indenização por causa de prêmios por participação e verbas de patrocínio que deixei de receber; estou brigando por minha reputação", ressalta o fundista, que até o exame positivo era garoto-propaganda de campanhas antidoping na Alemanha. Ele sempre alegou ter sido vítima de sabotagem.

Os dois anos de suspensão do corredor venceram no dia 22 de janeiro, após o que o atleta de 37 anos vem participando de novo de competições. Em 21 de abril, Baumann disputará, em Hamburgo, sua primeira maratona desde a punição.