Após o levante na base militar de Forte Paramacay, na Venezuela, no último domingo (06/08), muitos se questionam até que ponto os arsenais do país politicamente instável estão em segurança, e se poderiam ser utilizados no caso de uma guerra civil.
Os Exércitos das nações latino-americanas não contam necessariamente entre os mais bem armados do mundo. No índice Global Firepower (GFP), compilado pelos Estados Unidos, a Venezuela aparece num modesto 45º lugar. Na América Latina, o país abalado por crises está em sexto lugar, atrás da Colômbia (40º), Peru (39º), Argentina (35º), México (34º) e o Brasil, de longe o de mais forte militarmente, ocupando a 17ª posição do GFP.
Força e perigo são relativos
Força é em conceito relativo, neste contexto, e dependente de diversos fatores, como o tipo das armas, sua idade ou construção. Contudo o consenso entre os analistas é que a região praticamente não dispõe de armamento pesado.
"Nesses países não há grandes quantidades de tanques blindados, navios de guerra ou similares, que em outros lugares se consideram representativos de uma grande potência militar", comenta Matt Schroeder, do projeto internacional de pesquisa Small Arms Survey.
Num contexto político instável, como no caso da Venezuela, porém, cada arma tem potencial de perigo, independente de seu tamanho. "Estamos apreensivos com armas de mão, granadas e mísseis de curto alcance que possam cair em mãos criminosas", alerta Schroeder.
Nesse contexto, mesmo tendo fracassado, o recente ataque contra um quartel no norte venezuelano suscita preocupação. "Terroristas, narcotraficantes e traficantes de armas não querem armamentos high-tech, mas sim pequenos e simples. Caso a situação na Venezuela siga piorando e incidentes assim se repitam, aí temos um problema."
Sistema de mísseis portátil russo Igla-S tem importãncia inusitada nos arsenais venezuelanos
Meio milhão de soldados voluntários
Para Diego Sanjurjo, politólogo paraguaio da Universidade Autônoma de Madri, também em outro aspecto o país em questão é ímpar na América Latina: "Enquanto no resto da região houve desarmamento maciço nos últimos anos, a Venezuela é uma grande exceção", tendo aumentado seus arsenais como nunca antes. Como justificativa, evoca "o perigo latente de invasão pelos EUA".
Além disso, a república bolivariana não tem excedentes de armas, pois, além do Exército regular, mantém um de voluntários, com cerca de 500 mil cidadãos fiéis ao governo estão à disposição das Forças Armadas. O presidente Nicolás Maduro anunciou que até o fim do ano cada um deles deverá dispor de uma arma.
Segundo o especialista Matt Schroeder, uma determinada arma abriga potencial de ameaça especialmente elevado: "Durante o governo de Hugo Chávez, a Venezuela adquiriu um número inusualmente alto de mísseis russos Igla-S", dos quais dispõe atualmente, no mínimo, de 4 mil a 5 mil unidades.
No resto da região esse sistema portátil, lançado a partir do ombro, não é muito difundido. O Brasil, por exemplo, possui um número bem mais modesto de Igla-S. "O problema, no caso da Venezuela, é a quantidade de armas de mão e mísseis, e a situação de segurança precária no país. É grande o risco de um soldado cair na tentação de vender armas a qualquer um, para alimentar a própria família", adverte Schroeder.
"Perfeitos para uma guerra civil"
O pesquisador Pieter Wezeman, do Instituto de Estudos da Paz em Estocolmo (Sipri), partilha essa apreensão. "Todos os países latino-americanos têm arsenais armamentistas que servem perfeitamente para uma guerra civil. No caso, sua idade não é importante: armas de pequeno porte adquiridas 40 anos atrás bastam perfeitamente para inflamar um conflito."
De uma maneira geral, em caso de guerra civil costumam se empregar as armas que já se encontram no país, pelo menos de início. Exemplos mais recentes são a Líbia, Síria e Iraque, onde os rebeldes assaltaram bases militares a fim de se armar, lembra Wezeman.
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Maduro reconhece erros e corrupção
O presidente reconheceu que seu governo cometeu "erros de burocracia" e acusou a "corrupção que envolveu as políticas revolucionárias" como uma das causas para a derrota nas urnas. Ele também acusou a "direita facista contrarrevolucionária" de ser o principal inimigo dos chavistas. (09/12/2015)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Oposição acusa suposto "golpe judicial"
A coalizão de oposição MUD (Mesa da Unidade Democrática) considerou "golpe judicial" um pedido feito ao Supremo Tribunal de Justiça, de impedir a posse de 22 dos deputados eleitos. O porta-voz da coalizão, Jesús Torrealba, fez a acusação junto com o governador do estado de Miranda, Henrique Capriles. (22/12/2015)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Treze novos juízes
O Supremo Tribunal de Justiça, mais alta corte judicial da Venezuela, teve 13 novos membros apontados pelo Congresso em meio ao recesso parlamentar. Outros 21 suplentes foram indicados. A polêmica medida foi classificada como "inconstitucional" e "antiética" pela oposição. O órgão pode vetar leis aprovadas por deputados e decide sobre processos contra altos funcionários do governo. (23/12/2015)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Oito deputados impugnados
O tribunal suspendeu o recesso para receber os pedidos de impugnação de oito deputados da oposição eleitos. Com isso, eles seriam impedidos de tomar posse. Oposicionistas acusaram o governo de tentar desmantelar a maioria qualificada da oposição conquistada nas urnas. Três candidatos ainda estavam sub judice no dia da posse da Assembleia Nacional. (29/12/2015)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Instalado novo Parlamento
Após a posse, o presidente do Congresso venezuelano anuncia que a oposição pretende encerrar o governo Maduro ainda este ano. O mandato oficial acaba só em 2019, mas a Constituição do país prevê mecanismos para encerrá-lo antecipadamente. Ramos Allup afirmou que, em seis meses, será decidida uma "saída constitucional, democrática, pacífica e eleitoral para o fim deste governo". (05/01/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Suspensos tomam posse
Três impugnados pelo Tribunal Supremo e que representam os indígenas foram empossados como deputados na Assembleia Nacional. O Tribunal condenou o desacato do Congresso à sua decisão. Dois dias depois, o presidente da casa recuou e os parlamentares voltaram a ser suspensos. Assim a oposição perdeu a maioria de dois terços. Também foram removidos símbolos chavistas da Assembleia. (06/01/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Presos políticos
A maioria oposicionista aprovou uma moção pedindo ao governo e tribunais que cumpram com resoluções de organismos internacionais e garantam o respeito aos direitos humanos de líderes da oposição presos. A medida passou sem apoio dos governistas, que alegam que ela pressupõe uma subordinação da Justiça a orgãos estrangeiros. (14/01/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
"Emergência econômica" negada
Diante da crise financeira, o presidente Maduro decreta "estado de emergência econômica", como prevê a Constituição. Por 60 dias, regras excepcionais contra evasão fiscal e de aceleração de importações e distribuição de alimentos e medicamentos ajudariam o país a fazer frente à escassez. Considerado "insatisfatório", o decreto foi derrotado por 107 a 53 votos na Assembleia Nacional. (22/01/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Emergência sanitária
A carência de medicamentos, de equipes médicas e a deterioração das instituições de saúde pública levaram a Assembleia Nacional a declarar uma "crise humanitaria de saúde" no país. Nicolás Maduro chamou de "mesquinha e egoísta" a negativa do congresso à emergência econômica proposta por ele. "Foi inconstitucional", disse, prometendo ações legais contra a decisão. (27/01/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Violações dos direitos humanos
Relatório da Human Rights Watch em conjunto com o Programa Venezuelano de Educação-Ação em Direitos Humanos (Provea), denuncia que houve detenções arbitrárias, expulsões forçadas e pelo menos 20 suspeitas de execuções durante uma operação lançada pelo governo contra comunidades pobres e de imigrantes em 2015. (04/04/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Lei de Anistia declarada inconstitucional
Em março, sob ameaça de veto do presidente Maduro, a Assembleia Nacional havia aprovado a Lei de Anistia e Reconciliação Nacional, que visaria libertar oposicionistas presos. Menos de 15 dias depois, o SupremoTribunal de Justiça declarou a Lei de Anistia inconstitucional. (12/04/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Novo horário e racionamento
Além de desabastecimento, a Venezuela enfrenta seca prolongada. O governo decretou no dia 27 de abril que o setor público trabalhe apenas dois dias por semana (segundas e terças-feiras) ao longo de quatro semanas, como medida de economia de energia. O governo também mudou o fuso horário do país a partir de 1º de maio, adiantando os relógios em 30 miniutos. (27/04/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Exceção e emergência
Com o acirramento da crise, o presidente Maduro oficializou a declaração de estado de exceção e emergência econômica por 60 dias no país em 15 de maio. A medida não depende de aprovação do Parlamento. Em março, o reordenamento do câmbio para proteger a moeda teve efeito nulo para a população, segundo o economista Yesko Quiroga Stöllger, da Fundação alemã Friedrich Ebert. (16/05/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Opressão contra referendo
No início de maio, o deputado governista Diosdado Cabello ameaçou de demissão os servidores públicos que assinassem o pedido de referendo sobre o governo Maduro defendido pela oposição. Seriam necessárias 1,5 milhão de assinaturas. Em 20 de maio, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, comandou treinamentos militares em sete regiões estratégicas do país. (20/05/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
OEA oferece ajuda
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, apontou riscos à democracia na Venezuela e sugeriu o uso da Carta Democrática da entidade para auxiliar na "normalização da institucionalidade democrática" naquele país. Maduro reagiu com contundência. Ao fim da reunião, os 34 países membros aprovaram uma declaração em que oferecem apoio à abertura do diálogo". (02/06/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Venezuelanos nas ruas
Centenas de pessoas protestaram em Caracas, a poucos metros do palácio presidencial, reclamando da falta de comida nos supermercados. Forças de segurança reagiram à manifestação com bombas de gás lacrimogêneo. Jornalistas denunciaram agressões e roubos por grupos armados. (03/06/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Venezuelanos cruzam fronteira com Colômbia em busca de alimentos
Centenas de pessoas cruzam a ponte internacional Simón Bolívar após governo Maduro autorizar passagem por período de 12 horas. Escassez de alimentos e remédios acentua desespero entre a população. (10/07/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Militares controlam distribuição de alimentos
O governo anunciou um plano de abastecimento. Em 13 de julho, as Forças Armadas venezuelanas assumiram o controle sobre a distribuição de alimentos, numa tentativa de combater a escassez de bens essenciais. Todos os ministérios, empresas e institutos do governo ficam subordinados ao Ministério da Defesa, que controla os setores econômico, agroalimentar, farmacêutico e industrial. (13/07/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Fronteira reaberta
Com a fronteira reaberta, dezenas de milhares de venezuelanos fizeram fila para entrar em cidades colombianas e comprar remédios e alimentos, que estão em falta em seu país. Maduro ordenou o fechamento da fronteira entre os países em agosto de 2015 sob a justificativa de combater supostos traficantes de drogas que operam na região e o contrabando, especialmente de gasolina. (13/08/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Oposição nas ruas
Pelo menos 1 milhão de pessoas foram às ruas em Caracas para pressionar pela realização de um referendo para revogar o mandatos do presidente Nicolás Maduro. O "Toma Venezuela" (Ocupa Venezuela) foi visto pelo governo como um plano golpista. A oposição, no entanto, relatou diversas agressões contra os manifestantes e tentativas de impedir o trabalho da imprensa internacional. (01/09/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Referendo para 2017
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou em setembro que o referendo revogatório sobre o mandato do presidente Nicolás Maduro poderá acontecer no primeiro trimestre de 2017. Segundo o órgão, é preciso realizar consulta pública sobre a revogação do mandato antes de convocar novas eleições. Oposição criticou decisão. (22/09/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Julgamento político
Com apoio da maioria opositora, a Assembleia Nacional aprovou em outubro o início de um julgamento político contra o presidente. Maduro é acusado de romper com a ordem constitucional após suspender na Justiça o referendo que poderia revogar seu mandato. Segundo a resolução, o mandatário "consolidou um modelo político, econômico e social que gerou a devastação da economia do país". (25/10/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Greve geral
Centenas de milhares de opositores do presidente venezuelano voltaram às ruas em outubro para a chamada "Toma Venezuela" (Ocupa Venezuela), exigindo a revogação do mandato de Maduro. A oposição também convocou uma greve geral para protestar contra a situação política e econômica do país. (26/10/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Diálogo para a crise
O governo venezuelano e os principais grupos opositores iniciaram um novo diálogo para tentar buscar soluções para a crise política e econômica que o país atravessa. Intermediados por Unasul e Vaticano, governo e oposição buscaram discutir questões centrais da crise no país. Maduro disse que quer "escutar e ser escutado". (31/10/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Suspensão do bloco
Os países fundadores do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – suspenderam oficialmente no início de dezembro a Venezuela. O motivo da suspensão é o não cumprimento de obrigações importantes previstas pelo bloco comercial sul-americano, de caráter político, econômico e de direitos humanos. (02/12/2016)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Novas cédulas começam a circular
Quase um mês após o previsto inicialmente, notas de 500, 5 mil e 20 mil bolívares começam a circular. O atraso foi atribuído pelo presidente Nicolás Maduro a uma "sabotagem internacional", que teria impedido a chegada das notas ao país. As novas cédulas se ajustam à inflação galopante registrada pela nação, que fechou 2015 em 180,9% e cujo índice oficial de 2016 ainda é desconhecido. (16/01/2017)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Venezuela pede que Trump anule decreto
A Venezuela pediu ao recém-empossado presidente dos EUA, Donald Trump, que anule o decreto assinado por seu antecessor, Barack Obama, classificando o país sul-americano como ameaça à segurança americana, afirmou a ministra das Relações Exteriores da nação caribenha, Delcy Rodríguez (foto), em entrevista transmitida pelo canal privado Televen. (22/01/2017)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Autoridades detêm repórteres brasileiros
Autoridades venezuelanas detiveram no estado de Zulia, no oeste do país, dois jornalistas brasileiros e outros dois venezuelanos que faziam uma matéria sobre uma obra não concluída da construtora brasileira Odebrecht. Os quatro profissionais estavam gravando imagens da ponte Nigale, uma obra prometida em 2005 pelo então presidente Hugo Chávez e até hoje não concluída. (11/02/2017)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
EUA impõem sanções a vice de Maduro
O vice-presidente da Venezuela, Tareck el-Aissami, foi alvo de sanções impostas pelo governo dos EUA em razão de seu "papel significativo no tráfico de drogas internacional". A medida bloqueia os ativos de Aissami sob a jurisdição americana e o impede de fazer transações com cidadãos americanos. Ele é a autoridade venezuelana de mais alto escalão a sofrer punições impostas pelos EUA. (13/02/2017)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Venezuela bloqueia sinal da CNN
A Venezuela confirmou a abertura de um procedimento para sancionar a emissora americana de notícias CNN, interrompendo suas transmissões em todo o país. Caracas acusou o canal de realizar uma "operação mediática imperialista" contra a Venezuela, ao transmitir matéria sobre a suposta venda de passaportes venezuelanos a pessoas vinculadas ao terrorismo e ao narcotráfico. (16/02/2017)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
OEA defende suspensão da Venezuela
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, recomendou aos países-membros da entidade que suspendam a Venezuela até que eleições monitoradas por observadores internacionais sejam realizadas. O relatório diz que o governo Maduro infringiu a ordem democrática ao ignorar os resultados das eleições legislativas de 2015 e ao prender dezenas de opositores. (14/03/2017)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Maduro pede ajuda à ONU
A escassez de medicamentos na Venezuela fez com que o presidente Nicolás Maduro pedisse ajuda à ONU para "regularizar" o problema e lidar com a crise econômica que assola o país. Segundo a Pesquisa Nacional de Hospitais 2017, divulgada neste mês, 78% dos centros hospitalares sofrem com a falta de remédios, e 51% das salas de operações não estão funcionando. (24/03/2017)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Supremo assume poderes do Congresso
O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, controlado pelo chavismo, decidiu assumir as competências da Assembleia Nacional, onde os opositores ao presidente Nicolás Maduro formam maioria. A decisão deve acirrar a instabilidade no país. O tribunal, que já vinha seguidamente anulando as decisões legislativas, alega que a medida é necessária para assegurar o Estado de Direito. (29/03/2017)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Parlamentares acusam Maduro de golpe
A Assembleia Nacional, controlada pela oposição, acusou o presidente Nicolás Maduro de ter dado um golpe de Estado. "É um golpe de Estado. Quero que o mundo e os veículos de imprensa nos ajudem a dizer com todas as letras: Nicolás Maduro deu um golpe de Estado na Venezuela", afirmou o presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges (foto), em entrevista coletiva. (30/03/2017)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Supremo volta atrás sobre Congresso
Após pedido de Maduro e em meio a pressão internacional, O Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) revogou a sentença que transferia para si as competências do Legislativo. Encabeçado por Maduro, O Conselho de Defesa do país havia pedido ao TSJ que revisasse a decisão, com o propósito de "manter a estabilidade e o equilíbrio de poderes". (01/04)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Violência policial em protesto
Milhares de venezuelanos foram às ruas exigir o afastamento dos juízes do Supremo Tribunal de Justiça. A polícia usou gás lacrimogêneo, balas de borracha, jatos d'água e spray de pimenta para conter os manifestantes. O confronto acabou com nove feridos. A imprensa também foi acuada pelos policiais, que tentaram impedir a cobertura jornalística. (04/04)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Oposicionista perde direitos políticos
O ex-candidato da oposição nas eleições presidenciais e governador de Miranda, Henrique Capriles, foi inabilitado de exercer funções públicas nos próximos 15 anos. Ele teria aceitado doações e contratado sem licitação, além de não apresentar o projeto de lei de orçamento de 2013. O líder da oposição acusou o governo de Maduro de "escolher qual é a oposição na Venezuela". (08/04)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Protestos contra Maduro mundo afora
Venezuelanos vivendo no exterior organizaram manifestações em mais de 50 cidades, incluindo Brasília, Berlim, Buenos Aires, Londres, Barcelona e Nova York. O objetivo, segundo os organizadores, "exigir o fim da repressão na Venezuela e a realização de eleições, em prol da reconciliação nacional e do fim da crise humanitária no país".(15/04)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Parlamentares aprovam denúncia contra Maduro
A Assembleia Nacional da Venezuela, de maioria opositora, aprovou um acordo para apresentar uma denúncia contra Maduro junto ao Tribunal Penal Internacional (TPI), por "repressão, perseguição, tortura e outras violações aos direitos humanos da população". (18/04)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
"Mãe de todos os protestos"
Dezenas de milhares se reúniram na marcha classificada por movimentos antichavistas de a “mãe de todos os protestos”. O saldo deste novo ato contra o governo Nicolás Maduro é de ao menos três mortos, dezenas de feridos e centenas de detidos. Em resposta às manifestações, Maduro convocou as Forças Armadas e milícias às ruas de todo o país. No total, protestos de abril somam nove mortos. (19/04)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Maduro convoca nova Assembleia Constituinte
Pressionado por uma onda de protestos, crise política e grave recessão econômica, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte com o objetivo de "refundar as estruturas do Estado". A oposição afirma que a decisão, que ignora o Legislativo atual, seria uma manobra para dar sobrevida ao governo. (01/05)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Invasão ao Parlamento
Simpatizantes do governo invadiram a Assembleia Nacional (AN), cuja maioria é de oposição a Maduro, em protesto que deixou vários feridos, incluindo sete deputados. Os parlamentares primeiro se refugiaram na câmara, mas depois decidiram sair para confrontar o grupo nos jardins do Palácio Federal. O presidente da AN, Julio Borges, acusou o governo de ter ordenado a invasão. (05/07)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Oposição reúne 7,1 milhões em plebiscito
Mais de 7,1 milhões de venezuelanos votaram num plebiscito simbólico contra o projeto de Assembleia Constituinte defendido por Maduro, anunciou a oposição. Segundo a reitora da Universidade Central da Venezuela e membro da comissão fiscalizadora do plebiscito, Cecilia García, cerca de 98% dos participantes rejeitaram a proposta do governo. O dia da consulta foi marcado pela violência. (17/07)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Venezuela instala Assembleia Constituinte
A Assembleia Nacional Constituinte, impulsionada pelo presidente Nicolás Maduro, foi instalada na Venezuela apesar da onda de críticas por parte da comunidade internacional e da oposição. O órgão plenipotenciário terá a missão de reescrever a Constituição de 1999, prometendo dar mais poderes a Maduro. Seus mais de 500 membros elegeram a ex-ministra Delcy Rodríguez como presidente. (04/08)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Mercosul suspende Venezuela
Os chanceleres de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai decidiram impor uma nova suspensão da Venezuela do Mercosul, desta vez por ruptura da ordem democrática. A suspensão se baseia no Protocolo de Ushuaia, a cláusula democrática do bloco e que prevê sanções em caso de ruptura institucional. A decisão mira a nova e controversa Assembleia Constituinte, instalada por Maduro. (05/08)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Procuradora-Geral é afastada na Venezuela
A Assembleia Constituinte da Venezuela aprovou a cassação da procuradora-geral Luisa Ortega Díaz. A jurista, que é simpatizante do chavismo, converteu-se nas últimas semanas em uma das principais críticas do presidente Nicolás Maduro. Pouco antes, ela havia denunciado que a sede do Ministério Público estava cercada por militares. Ela afirmou que um golpe está em andamento na Venezuela. (05/08)
-
Venezuela: cronologia da instabilidade
Governo reprime levante militar
Um grupo de militares do Forte Paramacay, no estado de Carabobo, promoveu um levante contra o governo de Maduro, mas acabou rendido por outros membros das Forças Armadas. Ao menos dois rebeldes morreram e dez pessoas foram detidas. A base militar que chegou a ser tomada pelos insurgentes, na cidade de Valência, tem o principal conjunto de blindados do Exército. (06/08)
Autoria: José Ospina-Valencia (tm/fc)