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O jovem que desafia Schulz e Merkel

18 de janeiro de 2018

Kevin Kühnert tem 28 anos e lidera a ala jovem social-democrata. Sua rejeição a uma repetição da grande coalizão na Alemanha pode levar a novas eleições, à queda do presidente da legenda e ao fim da era Merkel.

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Landesparteitag der SPD Sachsen-Anhalt Kevin Kühnert
Kühnert diz estar disposto a enfrentar todos os riscos para evitar grande coalizãoFoto: picture-alliance/dpa/K.D. Gabbert

Aos 28 anos, o líder da ala jovem do Partido Social-Democrata (SPD) talvez seja uma figura improvável para liderar uma revolução política. Mas apesar das pressões, de dentro e de fora de seu partido, para que desista de fazer oposição à formação de uma nova grande coalizão com os conservadores de Angela Merkel, Kevin Kühnert continua apresentando suas armas.

"Você não consegue achar ninguém que esteja empolgado com a ideia de fazer parte de outra grande coalizão”, disse Kühnert nesta quinta-feira (17/01), se referindo ao clima entre seus correligionários. Ele prometeu continuar  encorajando seus colegas de partido a não aprovarem o pré-acordo de coalizão, na convenção especial do SPD agendada para este domingo em Bonn.

Os 600 delegados do congresso, incluindo de 80 a 90 Jusos (como é chamada a ala jovem do SPD), têm autoridade para aprovar ou rejeitar o início formal de negociações para coalizão com os conservadores de Merkel. Se os delegados votarem pelo não, provavelmente isso acarretará, além de novas eleições, a renúncia do presidente do SPD e ex-presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, e, possivelmente, o fim da era Merkel.

Também pode levar a outro desastre eleitoral para o SPD, que amarga atualmente 18,5% nas pesquisas de intenção de voto (queda sensível, se comparada aos 24,6% obtidos nas últimas eleições, que já representaram um revés).

"No Groko": não à grande coalizão é o lema do jovem político
"No Groko": não à grande coalizão é o lema do jovem políticoFoto: Imago/R. Zensen

Kühnert diz estar disposto a enfrentar todos esses riscos – que não podem ser considerados insignificantes – para que o SPD volte a ser competitivo e retorne a seus princípios de esquerda, que ele considera negligenciados na aliança com Merkel.

"O SPD está em uma situação desagradável", avalia Kühnert.  "Não importa o que fazemos, as pessoas vão se sentir ofendidas."

Ele avalia que o resultado da convenção social-democrata de domingo, da qual dependem os rumos políticos da Alemanha, "está completamente em aberto”. Segundo o jovem político, existe uma chance realista de que ele consiga vencer, impondo uma derrota a Schulz.

Depois que o SPD obteve o pior resultado de sua história, nas eleições de setembro passado, o candidato a chanceler derrotado Martin Schulz anunciou que o partido não renovaria sua parceria com Merkel e que iria para a oposição.

Mas Schulz mudou o tom no final de novembro. Depois que os conservadores não conseguiram fechar um pacto com verdes e liberais, ele aceitou negociar uma grande coalizão.

Kühnert se tornou chefe dos Jusos (jovens socialistas) em novembro passado, pregando o fim da grande coalizão desde seus primeiros momentos como líder da ala jovem do SPD. Talvez tenha sido por isso que ele tenha sido eleito com 75% dos votos chefe do grupo partidário.

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