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O começo de uma nova era

(ns)14 de dezembro de 2002

A ampliação da União Européia, selada no encontro de Copenhague (13), foi saudada na Europa e nos EUA como acontecimento histórico, que definitivamente põe fim a 50 anos de divisão da Europa.

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Ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, em CopenhagueFoto: AP

O chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, e o ministro do Exterior Joschka Fischer, falaram de "um grande dia para a Europa e também para a Alemanha". "Agora vai crescer junto o que pertence junto", disse Schröder, recorrendo à célebre frase de Willy Brandt sobre a queda do Muro de Berlim e a reunificação alemã. Agora "é preciso reformar as instituições da União Européia", para que a comunidade "seja governável" a partir de 2004, quando terá 25 membros - advertiu o chanceler alemão.

O preço da estabilidade da Europa Oriental

Para o ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, do Partido Verde, o dia histórico "representa definitivamente o fim da guerra fria". "O dinheiro não dá para expressar o que a União Européia conseguiu fazer no dia de hoje", disse Fischer na sexta-feira (13), referindo-se às controvérsias sobre subvenções até o último momento e ao "pacote" do ingresso, no montante de 40 bilhões de euros. "Tão barato nunca mais dará para se obter a estabilidade do leste europeu", acrescentou o comissário da UE encarregado da ampliação européia, o alemão Günter Verheugen.

Reações em Washington e na Europa Ocidental

Em declaração emitida pela Casa Branca, o governo norte-americano considera a expansão da União Européia "um passo corajoso e histórico". A decisão de Copenhague liga mais fortemente, umas às outras, as democracias novas na Europa e as já estabelecidas. A ampliação fortalecerá os laços de uma parceria duradoura entre os EUA e a Europa. A insistente intervenção de Washington a favor do rápido início de negociações de admissão com a Turquia causou irritação entre os chefes de Estado e governo durante a cúpula de Copenhague.

Na Europa dos 15 as reações foram entusiásticas: "É a reunificação da Europa", disse o ministro do Exterior da Bélgica, Louis Michel. O presidente francês, Jacques Chirac, lembrou as vítimas das guerras do século XX na Europa e as vítimas de todas "as catástrofes que marcaram o Velho Continente devido à divisão (em blocos)." Para o premier italiano, Silvio Berlusconi, a UE pode comportar mais membros. "Eu penso numa Europa grande, que abrangeria também os países dos Bálcãs, a Rússia, a Ucrânia e Israel", projetou.

"Da solidariedade polonesa à solidariedade européia"

De parte dos novos membros, a alegria foi grande, embora nem todos o demonstrassem com o mesmo entusiasmo. "A UE é o sistema de cooperação mais inteligente da história mundial", comentou, por exemplo, a presidente da Letônia, Vaira Vike-Freiberga. Para o primeiro-ministro da Polônia, Leszek Miller, que lutou pelos interesses do seu país até o último momento, o acontecimento "não tem precedentes na história do pós-guerra".

"Da solidariedade polonesa, que abriu o caminho à liberdade e à democracia na Europa Oriental, passamos hoje à solidariedade européia", disse Miller aos jornalistas em Copenhague, acrescentando que a cúpula na capital da Dinamarca foi mais importante que as de Ialta ou Potsdam, que selaram a divisão do continente após a Segunda Guerra Mundial.