Neofascista representa Itália nas reformas da UE
28 de janeiro de 2002Os governos dos países membros da União Européia não pretendem mais bloquear a participação do neofascista Gianfranco Fini na Convenção de Reformas da instituição, como representante da Itália. Isto ficou claro durante a reunião do Conselho de Ministros de Relações Exteriores, nesta segunda-feira (28), em Bruxelas.
Com isto, o governo de Roma poderá ter um segundo representante no grêmio, ao lado do vice-presidente da Convenção, Giuliano Amato. Na semana passada, os governos da Alemanha, da Suécia e da Holanda tinham manifestado estranheza pela nomeação de um segundo representante italiano, uma vez que na conferência de cúpula da UE em dezembro ficara acertado que somente o país do presidente da Convenção é que poderia enviar um segundo representante. Contudo, o político esquerdista Amato recusou-se a assumir o papel de representante do governo de Sílvio Berlusconi no grêmio responsável pelo planejamento da reforma estrutural da União Européia. Ele ameaçara renunciar ao cargo de vice-presidente, caso tivesse de falar em nome do governo de Roma.
O último país a abrir mão do veto ao nome de Gianfranco Fini foi a Alemanha. A decisão foi justificada por fontes ligadas ao Ministério alemão das Relações Exteriores com a frase: "É preferível Amato e Fini na Convenção, do que Fini sozinho." O chefe do governo italiano Silvio Berlusconi participou pessoalmente da reunião dos ministros de Relações Exteriores em Bruxelas, nesta segunda-feira: ele acumula o cargo desde a renúncia de Renato Ruggiero.