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Nem exportações salvam

Sabine Kinkartz / sm 17 de outubro de 2002

O desempenho do comércio exterior alemão vai ficar bem aquém das expectativas este ano. Taxa de crescimento das exportações sofre queda drástica.

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Foto: AP
A Alemanha pertence tradicionalmente às nações industrializadas com grande potencial de exportação. Mesmo que a economia ameace estagnar no mercado interno, os alemães sempre puderam contar com bons resultados no comércio exterior. Este ano, no entanto, as exportações deixaram de ser um motor da conjuntura. As razões são a crescente apreensão com um possível ataque militar contra o Iraque e o efeito disso sobre o preço do petróleo.

Crescimento ínfimo – Quem estava esperando boas notícias, decepcionou-se. A Associação Federal de Comércio Exterior Alemão (BGA) corrigiu pela segunda vez seu prognóstico sobre as exportações alemãs. A BGA prevê que o volume de exportações chegue a 645 bilhões de euros, calculando um crescimento de apenas 1,25%, bem menos do que os 3,5% previstos anteriormente. No ano passado, as exportações cresceram 6,7%, mantendo-se na média registrada nos últimos anos.

Melhoria mínima em 2003 – Até agosto, o presidente da BGA, Anton Börner, ainda previa números mais altos. No entanto, a drástica baixa das bolsas de valores, a diminuição do consumo, o aumento de 40% do preço do petróleo desde janeiro e a ameaça de uma guerra no Golfo obrigam a um prognóstico mais realista. A previsão de um crescimento de 4,5% para o próximo ano também não dá motivos para festejar.

Balança positiva – Este quadro também se aplica às importações. "Esta é a primeira vez em nove anos que o volume de importação também diminui, atingindo 531 bilhões de euros, o que corresponde a uma redução de 35%", constata Börner, justificando que isso se deve à baixa conjuntura interna e à consequente diminuição da demanda de produtos estrangeiros. Como as importações também diminuíram, a balança comercial ainda chegará a um superávit recorde de aproximadamente 114 bilhões de euros.

Crise européia – O principal fornecedor e mercado consumidor da Alemanha continua sendo a União Européia, com uma participação de 55% no comércio exterior. Mas este mercado teve um crescimento mínimo de 1%. Não é à toa que a economia de toda a União Européia enfraqueceu. A Alemanha, maior economia de mercado do continente e a terceira maior do mundo, continua se arrastando. No primeiro semestre deste ano, o Produto Interno Bruto alemão cresceu apenas 0,3%.

Aproximação com EUA – O presidente da BGA considera urgente o estreitamento das relações entre a Alemanha e os Estados Unidos. "O clima de irritação no comércio teuto-americano é evidente. Nossos exportadores se referem a uma péssima atmosfera para negócios e à desconfiança de que a Alemanha deixe de ser um parceiro confiável", afirmou Börner, lançando um apelo para que o chanceler federal Gerhard Schröder tente resolver pessoalmente o problema numa visita a Washington.