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Na mesma

22 de janeiro de 2011

Representante da União Europeia diz estar decepcionada com o Irã após fracasso da reunião em Istambul, mas reitera disposição em manter o diálogo. Negociador iraniano sustenta que país tem o direito de enriquecer urânio.

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Jalili e Ashton não chegaram a um acordoFoto: dapd

Uma nova rodada de negociações sobre o polêmico programa nuclear iraniano terminou em fracasso, neste sábado (22/01), em Istambul. Depois de dois dias de reuniões na cidade turca, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, se declarou decepcionada e disse que não foi acertado um novo encontro entre o Irã e o grupo 5+1, composto pelas cinco nações com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha.

Ashton afirmou que as potências ocidentais apresentaram propostas e medidas concretas, mas que o Irã evitou entrar em detalhes e conversações "construtivas". O negociador nuclear iraniano, Said Jalili, apresentara como condições para um acordo o fim das sanções internacionais e o reconhecimento de que o Irã tem o direito de enriquecer urânio.

Apesar dos esforços dos representantes do grupo 5+1, não foi possível realizar uma reunião bilateral entre Estados Unidos e Irã em Istambul, disseram diplomatas que participaram do encontro. Mesmo que novos encontros não estejam planejados, a disposição para o diálogo permanece, afirmou Ashton. "Nossas propostas continuam sobre a mesa."

Fins pacíficos ou bélicos?

O Ocidente suspeita que o programa nuclear do Irã tenha por objetivo o desenvolvimento de bombas atômicas, enquanto o governo em Teerã afirma que os fins são pacíficos. A desavença entre os dois lados já se arrasta há oito anos. Em meados de 2010, o Conselho de Segurança determinou uma nova rodada de sanções contra o Irã, após recusar um acordo com o país mediado pelo Brasil e pela Turquia.

Nesta sexta-feira, cientistas dos Estados Unidos alertaram que, nos próximos 12 meses, o Irã poderá produzir urânio altamente enriquecido em quantidade suficiente para construir uma bomba atômica. Segundo um estudo da Federação dos Cientistas Americanos (FAS), a eficiência das centrífugas iranianas cresceu em 2010 e o país necessita de 5 a 12 meses para produzir uma bomba.

O regime de Teerã e a comunidade internacional regressaram às negociações no início de dezembro de 2010, em Genebra (Suíça), depois de uma interrupção de 14 meses.

AS/afp/rtr/lusa
Revisão: Carlos Albuquerque