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Criminalidade

México tenta reverter embaraço após fuga de traficante

13 de julho de 2015

Autoridades mexicanas ainda não conseguem responder como Joaquin "El Chapo" Gúzman fugiu por um túnel de 1,5 quilômetro, aparentemente construído ao longo de um ano, sem que ninguém notasse.

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Foto: Reuters

A fuga do líder do cartel de drogas Sinaloa, Joaquin "El Chapo" Gúzman, de uma penitenciária de segurança máxima causou embaraço ao governo mexicano. A pergunta, até aqui sem resposta, é como o traficante conseguiu construir um túnel tão sofisticado sem levantar suspeitas?

Mais de 30 pessoas que trabalham na prisão de Altiplano, na região central mexicana, foram interrogadas, incluindo o diretor do presídio. Os guardas responsáveis por monitorar as câmeras de segurança da penitenciária e celas também passaram por interrogatório.

Enquanto as buscas por resposta seguem, as forças de segurança continuam tentando recapturar Gúzman. Automóveis são revistados em estradas nos arredores da prisão de Altiplano, localizada a 90 quilômetros da capital. Postos de controles foram montados em diversas regiões do país.

O Exército da Guatemala lançou uma operação especial na fronteira com o México. Gúzman foi preso pela primeira vez em território guatemalteco, em 1993. Mas as chances de que haja uma nova captura desta vez são menores.

Segundo o ex-chefe de operações internacionais da agência americana antidrogas (DEA) Mike Vigil, se o traficante não for encontrado em breve, ele desaparecerá para sempre.

"Se ele conseguir chegar a Sinaloa, seu estado, e alcançar as montanhas, será muito difícil capturá-lo, porque ele terá a proteção da população local", afirmou Vigil.

Esta é a segunda vez que Guzmán consegue escapar da prisão. O traficante fundou o cartel de Sinaloa em 1989. Oito anos depois de ser preso na Guatemala, conseguiu fugir da prisão a bordo de um caminhão de limpeza com a ajuda de funcionários do presídio.

Fuga espetacular

Gúzman fugiu na noite de sábado por um túnel cavado no chuveiro de sua cela. Uma abertura de cerca de 10 metros de profundidade com uma escada era o início de um túnel de cerca de 1,5 quilômetro de comprimento, com sistemas de ventilação e iluminação.

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Gúzman foi preso em fevereiro de 2014Foto: picture-alliance/dpa/str

Uma motocicleta adaptada sobre trilhos teria sido usada para transportar as ferramentas e máquinas necessárias para a escavação. As obras teriam durado cerca de um ano.

O sofisticado túnel terminava em um prédio de tijolos cinzentos em uma colina. A região era cercada por plantações de milho.

Mas os planos de fuga do traficante não eram totalmente desconhecidos. Documentos do DEA revelaram que Gúzman começou a planejar sua escapada um mês depois de ser preso, em 2014. Na época, a agência americana teria informado as autoridades mexicanas sobre a intenção.

Washington afirmou nesta segunda-feira que o México é o principal responsável pela operação de busca, mas deixou claro que prestará o suporte necessário. A Casa Branca fez questão de declarar que espera do governo mexicano que o fugitivo seja recapturado.

Em Paris, o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, afirmou que a fuga de Gúzman é uma afronta ao país e exigiu que a investigação leve à prisão dos envolvidos na fuga.

"Eu tenho confiança nas instituições do Estado mexicano, que têm força e determinação para recapturar esse criminoso", afirmou.

Ativistas e opositores do governo Peña Nieto criticaram a versão oficial para a fuga e apontam uma suposta falta de transparência nos 16 meses em que Guzmán ficou preso em Altiplano.

CN/dpa/ap/efe/rtr