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Processo de Bolonha

13 de março de 2010

Os ministros da Educação participantes da conferência sobre o chamado Processo de Bolonha admitiram erros na implementação dos planos de reforma universitária e prometeram melhoras.

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Universitários protestam durante a conferência coorganizada por Hungria e ÁustriaFoto: picture alliance/dpa

Os representantes de 47 nações europeias prometem, no documento final do encontro ministerial de dois dias sobre o Processo de Bolonha, encerrado nesta sexta-feira (12/03), dar maior atenção às vozes críticas.

"Temos de ouvir estas vozes, só então poderemos esperar que elas também nos ouçam", disse o ministro da Educação da Hungria, Istvan Hiller, referindo-se ao grande número de protestos universitários dos últimos meses. Universitários em toda a Europa haviam protestado contra o Processo de Bolonha, que introduziu reformas no sistema universitário, como os cursos de bachelor e de pós-graduação master.

Bologna-Konferenz will EU-Bildungsraum ausrufen
Ministros da Educação de países europeus participaram da conferênciaFoto: picture alliance/dpa

Eles reclamam, por exemplo, da crescente pressão por um melhor desempenho e acusam que a carreira universitária serve cada vez mais para alimentar o setor econômico com novas forças de trabalho, enquanto se perde a preocupação com o aspecto científico. Também nesta sexta-feira, cerca de 2 mil universitários voltaram a protestar nas ruas da capital austríaca.

"Qualquer um que disser que este processo é perfeito, não está dizendo a verdade", admitiu Hiller. Ao mesmo tempo ele reconheceu não haver alternativas às reformas decididas em 1999 na cidade italiana de Bolonha.

Também salientou-se em Viena a importância da mobilidade dos jovens universitários europeus. Para isso, é preciso conceder bolsas de estudo, disse a comissária de Educação da União Europeia, Androulla Vassiliou.

Ouvidos às críticas

Os participantes da conferência confirmaram a intenção de que, até 2020, um quinto dos que completam um curso superior tenham frequentado durante algum tempo uma universidade no exterior. Vassiliou, por seu lado, complementou que o ideal seria que jovens em geral se interessassem mais por outros países. Para isso, ela prometeu engajar-se por aumentos nos orçamentos dedicados à educação.

A ministra alemã da Educação, Annette Schavan, considera muito importante que no encontro tenha sido decidida uma maior participação dos alunos no processo de reformas: "Acho que uma das frases mais importantes do documento de conclusão é: Vamos ouvir as críticas e levá-las a sério".

Annette Schavan
Annette SchavanFoto: AP

A presidente da Associação Austríaca de Universitários, Sigrid Maurer, concorda: "Para nós, estudantes, é extremamente importante que o mais longo parágrafo deste documento se ocupe com os protestos dos universitários e, como documento diplomático, diga claramente: sim, cometemos erros".

Repetidamente, se diz que a grande vantagem do Processo de Bolonha é a possibilidade de trocar mais facilmente a universidade dentro da Europa. Na prática, no entanto, reclama Maurer, vê-se que a mobilidade não aumentou consideravelmente.

Promessas por cumprir

Entre outros pontos de crítica, a ministra Schavan citou currículos sobrecarregados e a resistência de alguns professores em reconhecer conteúdos de outras instituições.

Em Bolonha, há dez anos, os ministros da Educação também haviam prometido fazer mais por estudantes carentes. Esta promessa não foi cumprida, reclama Ligia Deca, presidente da União Europeia de Estudantes. Pelo contrário, com o Processo de Bolonha, as condições de vida dos universitários teriam piorado, diz. A conferência de dois dias foi iniciada em Budapeste na quinta-feira, e encerrada nesta sexta-feira (12/03) em Viena.

No encontro, o Cazaquistão foi admitido como 47º membro do grupo de países que integra o Processo de Bolonha. A próxima conferência acontecerá em Bucareste, em dois anos.

RW/dw/dpa/afp
Revisão: Augusto Valente