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Ministro iraniano defende acordo nuclear no Parlamento

21 de julho de 2015

Mohammad Javad Zarif admite a legisladores que "o acordo não é totalmente a favor do Irã", mas que os termos acordados são "únicos" e "equilibrados". Parlamentares iranianos irão revisar o documento assinado em Viena.

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Deutschland der iranischer Außenminister Mohammed Dschawad Sarif
Foto: picture alliance/AP Images/J. Watson

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, defendeu o acordo nuclear fechado com as potências mundiais perante o Parlamento iraniano, nesta terça-feira (21/07), afirmando aos legisladores do país que os termos são "únicos" e "equilibrados".

"Não afirmamos que o acordo seja totalmente a favor do Irã", disse em discurso ao Parlamento. "Qualquer acordo é um dar e receber. E cada lado abre mão de parte de suas exigências para realizar a parte mais importante, até que o que se dá e recebe esteja em equilíbrio."

"Direi a vocês o que disse ao líder supremo [aiatolá Ali Khamenei]: fizemos o nosso melhor para preservar a maioria das 'linhas vermelhas', se não todas", garantiu Zarif aos parlamentares. Tendo liderado a equipe de negociadores do Irã, ele assegurou aos deputados que foi capaz de obter os "objetivos-chave nos quais insistimos".

O acordo foi alcançado em Viena na semana passada, após longas negociações entre o Irã e o chamado Grupo 5+1 – Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha. O acordo requer que o programa nuclear do Irã seja sustado por uma década, em troca de um bilionário alívio das sanções da União Europeia (UE), ONU e Estados Unidos.

Caminho acidentado pela frente

Segundo a Constituição do Irã, o Parlamento tem direito de rejeitar qualquer acordo, até mesmo se negociado pelo Ministério das Relações Exteriores. O documento do acordo nuclear também estará sujeito à aprovação pelo Conselho de Segurança Nacional do Irã e, em última instância, pelo conservador aiatolá Ali Khamenei.

Um parlamentar não identificado declarou à agência de notícias Associated Press que o Parlamento iraniano precisará de "pelo menos" 60 dias para avaliar a proposta final do acordo nuclear. Dessa forma, os legisladores em Teerã terão o mesmo tempo estipulado ao Congresso do EUA para examinar o documento.

Na segunda-feira, o Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade o acordo nuclear e autorizou medidas que abrirão caminho para o levantamento das sanções da ONU contra o Irã. O Conselho aprovou também uma medida que permite a volta automática de sanções, caso o Irã falhe com sua parte do acordo.

No sábado, em discurso televisionado, o aiatolá Khamenei garantiu que a postura do Irã perante os EUA não vai mudar. "Nossa política em relação ao governo arrogante dos EUA não vai mudar em nada. Não temos negociações com os Estados Unidos sobre várias questões globais e regionais. Não temos negociações sobre questões bilaterais", afirmou Khamenei.

Os países ocidentais temem há muito que o Irã esteja secretamente tentando desenvolver armas nucleares, embora Teerã sempre afirme que seu programa é exclusivamente para fins civis e científicos. Sob o acordo, o Irã terá que aceitar um programa mais rigoroso de inspeção e desmantelar dois terços das centrífugas destinadas ao enriquecimento de urânio, além de se livrar de 98% de seus estoques de urânio.

PV/rtr/ap/afp