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Ministro do Interior francês renuncia em meio a investigação

21 de março de 2017

Bruno Le Roux apresenta demissão a Hollande após promotoria francesa ter aberto investigação preliminar para apurar contratação de duas filhas adolescentes como assessoras parlamentares. Ele nega qualquer irregularidade.

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Bruno le Roux assumiu o Ministério do Interior em dezembro de 2016
Bruno le Roux assumiu o Ministério do Interior em dezembro de 2016Foto: picture-alliance/AP Photo/K. Zihnioglu

O ministro do Interior francês, Bruno Le Roux, renunciou ao cargo nesta terça-feira (21/03) após revelações de que ele empregou duas filhas adolescentes como assessoras parlamentares quando ainda era deputado. A promotoria francesa iniciou uma investigação preliminar para apurar o caso.

Le Roux anunciou que apresentou sua demissão ao presidente francês, François Hollande, por respeito ao governo em Paris e porque é responsabilidade dele "preservar a ação governamental". Apesar da renúncia, ele nega qualquer irregularidade na contratação de suas filhas.

Hollande informou que o político será substituído pelo atual secretário de Comércio Exterior francês, Mathias Fekl, considerado um aliado próximo do presidente. Le Roux assumiu o cargo em dezembro de 2016, quando o então ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, tornou-se primeiro-ministro.

A renúncia ocorre um dia depois de a emissora francesa TMC ter revelado que o socialista concedeu vários contratos de curta duração às duas filhas, que teriam recebido um total de 55 mil euros. Os contratos datam de 2009 – quando elas eram ainda menores de idade – a 2016. A contratação de familiares por políticos é permitida na França, desde que, obviamente, eles exerçam suas funções.

Em sua defesa, Le Roux afirmou que as contratações estão em conformidade com as regras judiciais da Assembleia Nacional (câmara baixa do Parlamento da França). Ele frisou ainda que as filhas colaboraram com o trabalho do pai durante as férias escolares, e que o valor foi pago por trabalhos efetivamente realizados. "Era importante para mim e ajudou na formação delas", disse ele.

Nesta terça-feira, em decorrência das revelações do canal TMC e horas antes da renúncia do ministro, a promotoria francesa anunciou ter aberto uma investigação preliminar para determinar se Le Roux cometeu alguma irregularidade ao empregar as filhas e se elas de fato exerceram as funções.

O caso teve grande repercussão na França pela semelhança com as acusações contra o candidato conservador à presidência e ex-primeiro-ministro François Fillon, que teria contratado a mulher e dois filhos sem que eles exercessem os cargos. Le Roux rejeitou qualquer comparação a Fillon.

EK/afp/ap/dpa/efe/lusa