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Ministro das Finanças ameaça com saída do Reino Unido da UE

15 de janeiro de 2014

Em investida inesperada, conservador George Osborne pressiona por mais competitividade diante de nações emergentes. Observadores veem tentativa de se afirmar sobre eurocéticos do Ukip, nas próximas eleições europeias.

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Conservador George Osborne fala em conferência em LondresFoto: Reuters

Os acordos da União Europeia (UE) precisam ser reformados para proteger os países cuja moeda nacional não é o euro, como é o caso do Reino Unido, exigiu o ministro britânico das Finanças, George Osborne, numa conferência em Londres nesta quarta-feira (15/01). Se tal não ocorrer, prosseguiu o político conservador, essas nações se encontram diante de duas alternativas: ou ingressar na zona do euro – o que seu país não fará – ou se retirar da UE.

Osborne reivindicou que se reduzam os benefícios sociais em toda a Europa, a fim de elevar a competitividade do bloco em relação a economias emergentes, como a da China ou da Índia. O status quo mantém a UE na crise econômica, afirmou o colaborador próximo do primeiro-ministro David Cameron. "Há uma opção simples para a Europa: reforma ou saída."

O ministro apresentou dados estatísticos: a região seria responsável por 7% da população mundial, 25% do desempenho econômico e 50% dos benefícios sociais. "Assim, não pode continuar", concluiu. A conferência foi promovida pelos think tanks eurocéticos Open Europe e Fresh Start Project.

Estratégia eleitoral?

O discurso inflamado de Osborne e sua exigência de reformas imediatas vieram de forma inesperada. Sobretudo porque, do ponto de vista de muitos Estados-membros da UE, Londres exige reformas para fora, ao mesmo tempo que puxa o freio na hora das negociações concretas. Um exemplo seria o bloqueio do premiê Cameron à participação de seu país no pacto fiscal europeu, em 2011, numa atitude de efeito espetacular.

O chefe de governo prometeu aos britânicos, até 2017, realizar um referendo popular sobre a permanência do país na União Europeia. A decisão foi tomada diante da pressão dos eurocéticos dentro de seu Partido Conservador e do amplo rechaço à UE no Reino Unido. Antes do referendo, porém, ele prometeu se empenhar por um enxugamento institucional da UE e por trazer competências de volta a Londres, em negociações com Bruxelas.

Alguns observadores interpretam a atual investida de Osborne como tentativa de acentuar o perfil de sua facção frente ao eurocético Partido da Independência do Reino Unido (Ukip), em face das eleições para o Parlamento Europeu, em maio próximo. Reivindicando a retirada britânica da UE e classificado como populista, o Ukip desponta como um concorrente sério para os conservadores.

AV/dpa/rtr/afp