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Ministro da Saúde alemão alerta para aumento de internações

16 de janeiro de 2022

Karl Lauterbach disse que, por enquanto, ômicron atinge na maioria jovens. No entanto, quando idosos forem infectados, há risco de superlotação nos hospitais. Incidência na Alemanha bateu novo recorde nesse domingo.

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Foto mostra profissional da saúde com roupa de proteção e máscara coletando secreção de homem, que está de costas.
Cidades oferecem testes de antígeno gratuitos aos moradores na AlemanhaFoto: Christian Charisius/dpa/picture alliance

A incidência de coronavírus na Alemanha ultrapassou neste domingo (16/01), pela primeira vez, os 500 casos a cada 100.000 habitantes em sete dias. O ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, alertou para semanas difíceis, com risco de hospitais lotados e aumento do número de mortes.

Neste domingo, a Alemanha relatou um pico de 515,7 infecções a cada 100.000 habitantes em sete dias, segundo o Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental para o controle e prevenção de doenças. O recorde anterior havia sido neste sábado, com incidência de 497,1. Para comparação, há uma semana, a incidência nacional era de 362,7.

A propagação do coronavírus é ainda mais acentuado no norte da Alemanha. A maior incidência é em Bremen (1.401,2), seguida de Berlim (965,3), Hamburgo (831,5) e Schleswig-Holstein (665,6). Antes do início da onda da variante ômicron, a maioria dos estados federais do norte, menos populosos, ainda apresentavam valores de incidência bem abaixo da média nacional.

As autoridades de saúde da Alemanha relataram neste domingo 52.504 novas infecções e 47 mortes, segundo dados do RKI. Há uma semana, eram 36.552 infecções e 77 mortes.

Pelo menos 60,4 milhões de pessoas já foram totalmente vacinadas contra o coronavírus na Alemanha. Isso corresponde a cerca de 72,6% da população, segundo dados do RKI. Até sexta-feira, 38,7 milhões de alemães já haviam recebido a dose de reforço, o equivalente a 46,6%. No entanto, milhares de alemães se recusam a se vacinar. 

Lauterbach alerta para "semanas difíceis"

Diante da onda da ômicron e da ainda insuficiente taxa de vacinação na Alemanha, Lauterbach alertou para um possível alto número de mortes nas próximas semanas e lotação dos hospitais. "Estamos ameaçados com semanas muito difíceis na Alemanha", disse em entrevista ao jornal Bild am Sonntag.

No momento, os infectados são, sobretudo, jovens com muitos contatos. No entanto, assim que os idosos forem infectados, o número de internações aumentará novamente, segundo Lauterbach. 

Desta forma, há risco de escassez de leitos nas unidades de terapia intensiva (UTIs) e nas enfermarias. Esse cenário é ainda mais grave porque a Alemanha, em comparação com outros países, tem uma população muito mais idosa, com muitos doentes crônicos.

Na entrevista, Lauterbach também afirmou que defende que a vacinação deva ser obrigatória e incluir três doses, pois seria a única forma de proteger a população e um curso grave da doença.

Ele também pediu que as pessoas façam autotestes de covid-19 "várias vezes na semana", para terem certeza de que não estão contaminadas e, portanto, transmitindo a doença. Na Aleamnha, esses testes são vendidos em supermercados e farmácias e custam, em média, cerca de 2 a 3 euros.

Mais pacientes com covid nas enfermarias

Os hospitais alemães já começam a sentir os primeiros efeitos da onda da ômicron, com o aumento das internações de pacientes com covid nas enfermarias.

"Já estamos vendo esse aumento nas enfermarias normais em algumas regiões, por exemplo em Bremen, Berlim, Hamburgo e Schleswig-Holstein", disse o presidente da Sociedade Alemã de Hospitais (DKG, na sigla em alemão), Gerald Gass, ao jornal Augsburger Allgemeine.

Se as projeções se confirmarem, a Alemanha poderá ter, em breve, mais de 100.000 casos de covid-19 por dia, dos quais muitos pacientes teriam que ser hospitalizados, sobrecarregando o sistema de saúde, segundo Lauterbach.

Além disso, diante da ômicron, altamente contagiosa, poderá haver escassez de profissionais de saúde, como já foi visto em outros países.

De acordo com o atual relatório semanal da RKI divulgado na sexta-feira, a ômicron se espalhou rapidamente pela Alemanha e hoje já representa 73% dos casos. Em alguns estados, a taxa é ainda maior: em Bremen, por exemplo, 96% das infecções são pela ômicron. Para comparação, a variante delta ainda é responsável por 25,9% das infecções na Alemanha.

le (ots)